Caso Vitória: Justiça decide que acusado da morte do Sargento Lucas em Manaus não irá a julgamento; caso gera revolta

A Justiça do Amazonas determinou que apenas um dos seis acusados pelo assassinato do Sargento, Lucas Ramon Guimarães, em setembro de 2021, em Manaus, irá a julgamento pelo Tribunal do Júri em Manaus.

A decisão que gerou revolta na população manauara e na viúva da vítima, “livra” o Dono do Supermercado Vitória, apontado como sendo o mandante do crime.

A medida foi tomada na tarde da última quarta-feira (26) pelo Juiz Fábio Lopes Alfaia, porém o Ministério Público do Estado (MPAM) informou que recorrerá da decisão.

A decisão determinou a revogação das medidas cautelares e assecuratórias contra esses cinco acusados, expedindo os respectivos contramandados.

A viúva do Sargento Lucas Ramon Guimarães, se pronunciou nas redes sociais após tomar conhecimento da decisão polêmica do juiz, que mesmo diante dos fatos e provas apresentados, optou por não seguir com o julgamento. Confira:

JUIZ QUE “LIVROU” ACUSADOS JÁ TEM HISTÓRICO POLÊMICO

O Juiz Fábio Lopes Alfaia, já foi afastado do cargo em 2023 após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurar um processo administrativo disciplinar (PAD) contra ele.  Na época, o órgão, investigou o magistrado por suspeitas de corrupção, como o recebimento de valores indevidos, e pela sua suposta atuação em casos que não lhe competiam mais.

O magistrado foi afastado após votação unânime.

AFASTADO PELO MPF APÓS “BENEFICIAR” PARLAMENTAR

Ele também chegou a ser punido com uma “censura” pelo Ministério Público Federal (MPF) por atrasar um processo envolvendo o Ex-Prefeito de Coari, Adail Filho, e por tomar decisões que beneficiaram o grupo político do parlamentar.

A ação foi aplicada após a constatação de que o juiz havia demorado a dar andamento a um processo em que um dos réus era Adail Filho.

“LIVROU” DOIS TRAFICANTES AO REVOGAR PRISÃO PREVENTIVA

Se não bastasse as muitas suspeitas de conduta moral do magistrado, ele se envolveu em outras polêmicas, ao revogar a prisão preventiva de Caio Mikael Jordão Ribeiro e Claudio Moura da Silva, presos com mais de cinco quilos de maconha.

Na época, o juiz revogou a prisão de ambos, argumentando que não havia risco de que a liberdade dos suspeitos prejudicasse a ordem pública ou a aplicação da lei penal, uma decisão que gerou revolta entre autoridades e a sociedade.

ABSOLVEU SUSPEITOS DE DILACERAR ÚTERO DE ADOLESCENTE DURANTE ESTUPRO

Em 2019, o Juiz Fábio Lopes Alfaia, teve sentença contestada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), após ele ter absolvidos dois acusados de estupro contra uma adolescente de apenas quinze anos em Manaus.

Na época a vítima precisou passar por três cirurgias de reconstrução das paredes uterinas, após ter o orgão dilacerados pelos dois suspeitos. Ainda na época, o magistrado, alegou que “o ato sexual não constituiu fato penalmente relevante, por não ter havido constrangimento mediante grave ameaça”, pois a vítima teria sido a responsável por organizar o encontro.

O juiz pediu ainda que a adolescente fosse investigada por denunciação caluniosa.