Após se filiar ao PT, Jean Wyllys diz: “Tenho orgulho de ser petista, gay e fruto de miscigenação”

Brasil – O escritor, jornalista e ex-deputado federal, Jean Wyllys, não escondeu a emoção ao se filiar ao PT: “Tenho muito orgulho de ser petista, gay e fruto de miscigenação”, disse ele, durante cerimônia virtual, que contou com lideranças do partido e convidados internacionais.

Visivelmente emocionado, Wyllys lembrou o início de sua militância na pastoral, em 1988. “Observei atentamente as transformações do país, que mudou para melhor, dando um salto quantitativo e qualitativo, nos dois mandatos de Lula e no primeiro de Dilma”, destacou.

“Os dois formaram governos de coalizão, com partidos que muitas vezes ajudaram e tantas outras constrangeram, mas sempre dentro da democracia”, disse.

O mais novo petista ressaltou, ainda, que, em 2016, esses partidos “traíram o governo e decretaram o golpe parlamentar, o que abriu espaço para a extrema direita. Hoje, essa extrema direita aniquila a democracia. Saiu dos esgotos, com a ajuda da direita tradicional”.

Um dos destaques da fala do escritor foi o episódio histórico em que cuspiu no então deputado federal Jair Bolsonaro, durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff. O hoje presidente homenageou o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, o que provocou a reação indignada de Wyllys, à época deputado federal pelo PSOL.

Nesse momento de sua fala, ele fez uma referência à ascensão do antipetismo, que “não é só um movimento contra o PT, mas uma expansão do fascismo, que deseja aniquilar movimentos sociais e quem defende indígenas, negros e LGBTs”.

Mencionou, ainda, o assassinato de Marielle Franco, sua amiga, até hoje sem solução, e as campanhas difamatórias as quais foi vítima. “A partir de 2018, o Brasil se tornou um lugar tóxico. Estamos todos exaustos física e emocionalmente, especialmente pelas mortes da Covid-19”.

Lula

Ao final, Wyllys reservou espaço para falar do ex-presidente, a quem fez questão de ressaltar sua admiração. “Lula reacendeu a esperança do povo, pois, segundo todas as pesquisas, é o único que tem chances de derrotar Bolsonaro. Vou me empenhar muito na campanha de Lula e não podia constranger o PSOL, partido que tenho vários amigos”.

Em seguida, falaram a prefeita de Barcelona, Ada Colau; a ex-presidenta da Anistia Internacional, Genevieve Garrigos; a diretoria do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco; e um dos pioneiros do ativismo LGBT, James Green.

Haddad e Gleisi

Fernando Haddad, ex-ministro, também participou da cerimônia e saudou a filiação de Wyllys ao PT. “Tenho muita admiração porque a visão política dele é muito parecida com a minha, ou seja, transcende o cálculo eleitoral. Política é entrega, doação, princípios, com o objetivo de construir um mundo melhor. Jean é destemido. Nasceu para lutar e vencer”.

A presidenta nacional do partido, Gleisi Hoffmann, destacou a trajetória de Wyllys e afirmou que ele e o PT já tinham um encontro marcado há muito tempo. “O Jean sempre foi petista, só não sabia”, brincou.

Via: Revista Fórum