VÍDEO: Manifestantes tomam aeroporto em Arequipa, segunda maior cidade do Peru

Com pedras, pedaços de pau e pneus em chamas, centenas de manifestantes bloqueiam a pista do aeroporto de Arequipa, segunda maior cidade do Peru, para exigir a renúncia da nova presidente Dina Boluarte e eleições presidenciais e legislativas antecipadas.

Após a invasão do local, a iluminação da pista foi destruída e o aeroporto foi fechado. A polícia enfrenta os manifestantes com gás lacrimogêneo. Veja: 

O anúncio da presidente do Peru, Dina Boluarte, de que apresentará um projeto de lei ao Parlamento para antecipar as eleições, de abril de 2026 para abril de 2024, não acalmou os manifestantes.

Nas ruas em várias cidades uma multidão exige a libertação do agora ex-presidente Pedro Castillo, assim como o fechamento do Parlamento e novas eleições já. Boluarte também declarou estado de emergência nas áreas do país que registram protestos violentos.

As estradas de acesso a várias cidades do país permaneciam bloqueadas hoje no norte e no sul do país, incluindo Arequipa, Trujillo e Cuzco.

Até domingo (11), o Ministério do Interior informou que duas pessoas morreram, e cinco ficaram feridas nos protestos.

Enquanto isso, sindicatos rurais e organizações representativas dos povos indígenas convocaram uma “greve por tempo indeterminado” a partir de terça-feira em apoio a Castillo, que vem de uma família de camponeses.

Prisão de Pedro Castillo

Castillo está detido por ordem de um juiz, após sua fracassada tentativa de golpe na última quarta-feira (7) e foi substituído por sua vice, Dina. Na ocasião, o então presidente do Peru anunciou a dissolução do Congresso, a intervenção dos poderes públicos e disse que governaria por decreto.

Enquanto isso, cresce a polêmica em torno da versão de um ex-chefe de gabinete e do advogado de Castillo de que o ex-presidente estava dopado, ao ler a mensagem na qual anunciou sua tentativa fracassada de golpe.

Em uma carta que teria escrito na prisão, Castillo afirma que um médico e enfermeiras “camuflados” e uma promotora “sem rosto” tentaram “obrigá-lo” a dar amostras de sangue na sexta e no sábado. Ele disse ter-se recusado por temer por sua segurança.