Vídeo: Alunos de escola militar são flagrados cantando hinos com teor violentos

Alunos de uma escola militar foram flagrados entoando cantos que fazem apologia à violência. A letra da música fala de armas de fogo e citam até “dar um tiro na cabeça do capeta”. O fato aconteceu no último domingo (3), no Centro de Treinamento Pré-Militar de Canoas, no Rio Grande do Sul.

O vídeo foi divulgado pelo ex-chefe do Estado-Maior da 7ª Região do Exército, coronel Marcelo Pimentel. O oficial da reserva é crítico da chamada militarização do governo pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Quando eu morrer, quero ir de FAL e de Beretta, chegar no inferno e dar um tiro na cabeça no capeta”, diz trecho da canção divulgada no vídeo.

Nas imagens, é possível ver crianças e jovens sendo conduzidos por militares enquanto marcham pelas ruas da cidade.

O Fuzil Automático Leve (FAL) é uma arma de uso generalizado entre as forças armadas de muitos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Já a “Beretta” é o nome genérico atribuído à fábrica de armas de fogo italiana Fabbrica d’Armi Pietro Beretta S.p.A., segundo o jornal Metrópoles.

De acordo com o oficial, todos os jovens cantam letras que remetem a “interrogatórios violentos” e “torturas” utilizadas durante o TFM e conhecidas como “letras de TFM”.

Outras letras também exaltam a violência. “A missão é invadir o Complexo do Alemão / Bota o fuzil pra cantar pa-pum! / Troquei meu Playstation por um fuzil”, diz a letra de uma das músicas.

Em nota, o Exército Brasileiro disse que cursos e programas de treinamento que prometem acesso facilitado às carreiras militares, comumente chamados “escola/curso pré-militar”, não possuem vínculo com o Exército. “O uso indevido da imagem da Força, quando ocorre, é tratado no âmbito jurídico”, diz a instituição.

“O Exército Brasileiro não possui convênios ou qualquer tipo de vínculo com cursos preparatórios para concursos de acesso às Escolas Militares, ou mesmo cursos para a seleção e preparação de cidadãos que desejam ingressar na Força como militares temporários”.

Confira: