Foram quase R$ 500 mil rasgados em 26 pedaços. Há 27 anos, por pouco que o motorista Darley Martins, de Tamarana, no norte do Paraná, não ficou sem o prêmio da loteria, após o irmão mais novo destruir o bilhete premiado da Sena.
“Tive que juntar os pedacinhos que tinham sido rasgados e varridos para fora de casa”, relembra o vencedor.
O prêmio, de 11 milhões de cruzeiros reais, foi pago após a Caixa Econômica Federal realizar uma perícia nos fragmentos da aposta para verificar a autenticidade do jogo.
O caso
O caso aconteceu em 1993. Darley, que na época tinha 17 anos, fez o jogo, mas não conferiu o resultado e largou o bilhete em um caderno do irmão mais novo, Cleber, que tinha 7 anos.
O menino, que não sabia que o bilhete tinha sido premiado, rasgou o papel e jogou no chão.
“Eu não sabia ainda que era o jogo do Darley. Era criança, né, não tinha muito juízo”, disse Cleber.
A irmã deles, ao ver a sujeira, varreu os papéis para fora de casa.
Neste meio tempo, o vencedor do jogo foi avisado por um funcionário da lotérica que os números que ele tinha jogado tinham sido sorteados e falou para Darley buscar o jogo premiado em casa.
“Fui procurar e não achava. Minha irmã falou que tinha varrido e jogado fora de casa. Achei em um montinho, perto da calçada”, relembrou.
Sorte Dupla
O motorista afirma que teve sorte dupla: a primeira, ao acertar o jogo, e a segunda, ao conseguir receber o prêmio, mesmo com o bilhete rasgado.
Ele lembra que fez a aposta sem pensar nos números.
“Eu cheguei meio apressado, não pensei pra marcar, e já rabisquei os quadrinhos”, disse.
Antes do sorteio, eles não tinham nem eletricidade ou água encanada.
Com o prêmio, a família conseguiu comprar uma propriedade rural para produzir milho e soja.