‘Vacina de vento’: saiba quais são os seus direitos e o que fazer no momento da vacinação

A polícia investiga três denúncias de aplicação de vacina em que a seringa estava vazia ou o produto não foi injetado. Os casos só vieram à tona porque foram filmados por parentes. Após uma idosa de 94 anos receber uma dose de ar em Petrópolis, na Região Serrana, na última sexta-feira, a prefeitura mudou o protocolo de imunização na cidade.

Os técnicos de enfermagem estão sendo orientados, agora, a mostrar as seringas cheias e, depois da aplicação, elas vazias. Houve casos parecidos no Rio e em Niterói. Os acusados poderão responder por peculato — crime em que funcionário público age em proveito próprio ou alheio.

A pediatra, alergista e imunologista Fernanda Fagundes, professora de Alergia e Imunologia da Unigranrio, explicou que uma dose de ar pode causar inchaço e dores:

— A vacinação é intramuscular. Então, o que pode ocorrer é dor local e inchaço. Se, por acaso, pegar algum vaso e for injetada uma quantidade em torno de 50 ml de ar rapidamente, aí tem risco de fazer embolia.

Direitos do paciente

Professor do Instituto de Medicina Social da Uerj, Mario Roberto Dal Poz lembrou que o paciente tem direito a pedir para olhar o frasco da vacina e a seringa antes e depois da aplicação:

— Idosos têm direito a estarem acompanhados. O procedimento correto é o próprio profissional de enfermagem mostrar a seringa antes, durante e depois. Mostrando que a seringa vai ser aberta etc. Tem toda uma norma técnica, um protocolo que deve ser seguido.

É importante saber que os idosos têm direito a um acompanhante na hora da imunização. A presidente da Sociedade de Infectologia do Rio de Janeiro, Tânia Vergara, aconselha que o idoso e seu acompanhante prestem atenção no ato da vacinação.

— O recomendado é ficar de olho em todo o processo: desde a retirada da dose do frasco até a aplicação — orienta a especialista.

Atenção ao processo: Sempre que possível e evitando aglomerações, ficar atento a todo o processo de vacinação.

Conteúdo da seringa: Pedir para ver a seringa antes e após a aplicação; Verificar se o frasco com a dose aplicada está vazio.

Número do lote: Conferir se o número do lote que consta no comprovante de vacinação é o mesmo que é informado no frasco.

Registrar com celular: Filmar e fotografar o ato da vacinação, se necessário.

Fonte: O Extra