1 simpósio online promovido pela Academia Nacional de Medicina ocorrido nesta 5ª feira, ficou marcado pela declaração do presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo. Ele afirmou que da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica pode estar disponível no 1º trimestre de 2021.
“Ainda estamos trabalhando fortemente com o governo brasileiro para tentar acelerar a disponibilidade o mais rápido possível. Tenho esperança de que no 1º trimestre do próximo ano poderíamos estar contando com essa vacina disponível no Brasil”, disse Murillo. Ele explicou que a empresa e o governo ainda estão em negociação.
Por meio de nota, a farmacêutica afirmou, que “o pedido de aprovação do registro no país dependerá da submissão de dados de eficácia de segurança”, mas não citou datas.
O executivo afirmou ainda que a Pfizer apresentou uma embalagem especial que consegue conservar a vacina a -70°C por até 15 dias utilizando gelo seco. O imunizante usa o RNA mensageiro e as doses precisam ser refrigeradas em freezers muito mais potentes que os disponíveis em postos de vacinação.
A proposta da farmacêutica é negociar as embalagens junto com as vacinas, para que possam ser entregues dessa forma nos postos de vacinação. Depois da retirada dessa caixa, a vacina pode ficar em um refrigerador comum por até 5 dias.
“Não é 1 tema simples e tampouco resolve a logística, mas muda muito o esquema de pensar que 1 país precisaria, para cada centro de vacinação, ter 1 ultrafreezer”, pontuou Murillo.
Em teste clínicos no Brasil desde julho, a vacina está em desenvolvimento pela Pfizer em parceria com a alemã BioNtech, e também precisará de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Anvisa determina que os documentos exigidos para o registro começam a ser avaliados em etapas, antes da conclusão dos experimentos.
Segundo Murillo, a partir da conclusão dos testes de fase 3, ainda em novembro, todos os documentos serão encaminhados para a Anvisa.
A empresa ainda negocia com o governo brasileiro a possibilidade de fornecer a vacina ao SUS (Sistema Único de Saúde). Diferentemente das vacinas da Sinovac e da AstraZeneca/Oxford, o acordo não deve prever transferência de tecnologia em um 1º momento, porque, segundo Murillo, a Pfizer e a Biontech optaram por concentrar a produção em unidades mais avançadas nos Estados Unidos e na Alemanha durante a pandemia.