O deputado estadual e ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa (PSB), é um político crítico e atuante como comentarista de orçamento e economia da administração pública vigente. Na plenária da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), onde atua como deputado, ou nas entrevistas e análises que faz, Serafim aproveita para falar sobre ética, honestidade e, sobre a necessidade do cumprimento das leis no legislativo. Quando tem oportunidade, o deputado que é católico e se orgulha disso, fala sobre preceitos religiosos que acredita serem importantes. Todavia, a conduta do deputado vive à sombra de seu passado.
O líder do PSB na Casa Legislativa venceu a eleição para prefeito de Manaus, em 2005, após uma difícil disputa com o candidato Amazonino Mendes (Podemos). Serafim obteve 51,68% dos votos válidos, contra 48,32% de seu adversário. O resultado contrariou as expectativas da velha política, que apostou todas as fichas no “Negão”.
A vitória de Serafim naquele ano, marcou a primeira alternância de poder no Estado do Amazonas em 22 anos, período em que Amazonino Mendes reinou absoluto no poder.
Serafim cuja a tônica de sua administração era a ética e a mudança de padrões políticos presentes no Estado há décadas, foi aclamado pelo povo. Como novo prefeito, Serafim poderia acabar com a corrupção, com o nepotismo e com as falcatruas políticas que causavam o enriquecimento ilícito aos “saqueadores do povo” (ex-governantes), enquanto o estado se afogava em crise.
No entanto, não foi isso que aconteceu. Serafim Corrêa enquanto prefeito, fez a pior gestão do executivo na capital amazonense.
Para um político que estreava na administração pública, protagonizou várias decisões equivocadas, que somadas a falta de técnica, e de liderança, fez Manaus declinar, assim como o seu mandato.
Serafim decepcionou ao deixar de lado o maior problema que Manaus enfrentava, o sistema de transporte. Foi chamado de irresponsável e incompetente quando demitiu 2,3 mi servidores que integravam grupos de trabalho em regime especial. A decisão foi criticada não exatamente pelo ato drástico, mas por ter sido uma quebra de promessa de campanha.
Outra promessa quebrada pelo então prefeito de Manaus, foi a de acabar com o nepotismo. Serafim criou a Secretaria de Politica Fundiária e nomeou o próprio filho, Marcelo Serafim como Secretário Municipal de Articulação e Políticas Públicas.
Essa atitude foi como um ‘tiro no pé’ para Serafim Corrêa, pois foi acusado pelo vereador Mário Frota (PHS), seu vice, na época, de não ser o líder do executivo nos anos de 2005 a 2008, deixando todas as as decisões da prefeitura nas mãos do filho Marcelo Serafim (PSB), que atualmente é vereador na CMM.
Tanto os apoiadores como os opositores faziam críticas à Serafim, que foi acusado de, apesar de boas intenções, estar perdido e mal assessorado pelos membros de sua equipe.
Economista e auditor da receita federal, Serafim Corrêa só havia exercido um mandato político entre 1988 e 1996, quando foi vereador. Sua candidatura para prefeito foi, ao longo de 2004, marcada por vexames.
O mais traumático para o ex-prefeito, considerado ético e católico praticante, foi o momento em que uma médica com o nome de Maria Soraia apareceu em audiência na Câmara Municipal, acusando Serafim de ter um filho com ela e de tê-lo abandonado.
Serafim Corrêa é economista, técnico em contabilidade e auditor fiscal da Receita Federal há 28 anos. Foi eleito vereador em 1988 e reeleito ao cargo em 1992. Tentou, sem sucesso, duas vezes a Prefeitura de Manaus (em 1996 como candidato a vice-prefeito e em 2000 como candidato a prefeito) e em 2002 candidatou-se ao governo do Estado. É considerado uma figura política apagada e no fim de carreira.