TBT: Dermilson Chagas diz que ‘jovens da FDN’ foram vítimas da polícia

No começo do ano, o deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Dermilson Chagas (Podemos), se envolveu em uma grande polêmica, afirmando que os criminosos mortos no confronto com a polícia, foram vítimas.

Relembre o caso

Durante entrevista, o parlamentar disse que a operação policial que matou 17 traficantes no bairro Crespo, em outubro de 2019, deve ser investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF), por supor que existem contradições no que o governo e a Secretária de Segurança Pública (SSP) afirmam.

Ainda conforme a declaração de Dermilson Chagas, ele estaria “defendendo o direito à vida”, e que, atualmente, segundo ele, a polícia do estado do Amazonas não é confiável.

Ainda durante a entrevista, o deputado também alegou que os membros de grupos de facções criminosas, que foram mortos na ação policial, foram “jovens vítimas” do sistema de segurança do Amazonas.

A declaração polêmica do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Aleam foi feita após ele ser questionado sobre uma matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, onde trás detalhes sobre a operação policial que aconteceu em outubro na cidade de Manaus.

Os 17 mortos durante a ação para conter grupos criminosos na Zona Sul da capital, eram integrantes de uma facção criminosa que planejava homicídios contra um grupo rival, segundo a Polícia Militar.

De acordo com o comandante geral da PM,na época coronel Ayrton Norte, a polícia recebeu denúncia de que, ao menos, 50 pessoas armadas estariam em um caminhão baú, em direção a um beco conhecido como JB Silva, na Rua Magalhães Barata, entre os bairros Crespo e Betânia, na Zona Sul.

“Nossas viaturas de ronda e com a Força Tática foram até o local, houve o primeiro confronto, em que a Força teve êxito na intervenção policial [de um homem]. Em seguida, os policiais da Rocam foram acionados para dar apoio nessa ocorrência com cinco equipes. Nós tivemos três confrontos e nesses três totalizamos outras 16 intervenções policiais por parte da Rocam. Ou seja, ao todo foram 17 intervenções policiais”, detalhou o comandante ao contabilizar os mortos pela corporação.

Apreensão

A polícia apreendeu durante a ação 17 armas de fogo, entre revólveres e armas de grosso calibre. Elas foram apresentadas pela PM em frente ao hospital, em cima das viaturas.

O secretário de Segurança Pública do Estado do Amazonas, coronel Louismar Bonates, se pronunciou sobre as mortes. Ele afirmou que “a polícia não mata, a polícia intervém tecnicamente”. Ainda segundo o comandante, foi o “maior confronto do Amazonas”.

“Nós sentimos pelas famílias. O trabalho da polícia não é ter esse tipo de confronto. É, sim, prender as pessoas. Mas, se eles [os suspeitos] vierem trocar tiros com a polícia, infelizmente as suas famílias é que vão chorar pelo ente perdido”, disse o coronel.