Aos 80 anos, diabético e cardíaco, Amazonino Mendes (Podemos) faz parte do grupo de candidatos à Prefeitura de Manaus. Como é de praxe, o candidato usa campanhas e propagandas eleitorais para conquistar votos e, abusa de promessas, que supostamente não serão cumpridas, aliás, pelo histórico do decano, Amazonino tem mais prática em tirar do povo, do que fazer para o povo, como fez com as privatizações ao longo de sua carreira política.
O momento é oportuno para relembrar o ano de 2001 em que o então governador do Estado do Amazonas, Amazonino Mendes ‘deu de mão beijada’ o Porto de Manaus (Rodway) para o empresário e ex-senador, Carlos Alberto De’ Carli. O ocorrido rendeu um processo de mais de uma década no Tribunal de Contas da União, por ter sido considerado ilegal.
O Porto é parte do patrimônio histórico do estado e pertence à União. No entanto, De Carli, o ex-senador, é amigo pessoal de Amazonino, e responsável por negociações financeiras internacionais importantes, desde os anos 1990. De’ Carli, foi citado, inclusive, em 2004, entre os políticos mais ricos, porém, envolvido em um esquema de contrabando na Zona Franca de Manaus, que movimentou cerca de R$ 10 milhões.
Segundo pessoas próximas à família, os De Carli, que moram atualmente em Miami, levam uma vida de luxo e ostentação, administrando um dos centros mais importantes para o desenvolvimento econômico e turístico de Manaus, à milhas de distância da população.
Outra privatização “escandalosa” feita com dinheiro público, concedida por Amazonino Mendes, foi a do banco BEA, em 2002.
O Banco do Estado do Amazonas (BEA) foi criado através do decreto nº 98, de 18 de dezembro de 1956, na gestão de Plínio Coelho – Governador e pelo prefeito Gilberto Mestrinho. Considerado um grande avanço para o desenvolvimento econômico do estado, foi privatizado, sem disputa legal, por R$ 182,14 milhões.
Há registros históricos de que o banco serviu para interesses políticos e contribuiu para gerar fortunas de personalidades importantes da sociedade amazonense, como no caso do próprio ex-governador e ex-prefeito Amazonino Mendes, que tenta mais uma vez, o cargo no executivo.
Amazonino Mendes (Podemos), tem no currículo a habilidade de vender o patrimônio do povo do Amazonas.
A concessionária de energia elétrica Amazonas Energia é outro exemplo. Hoje, pertence a Orsine Oliveira, pai do Orsine Júnior, ex- cabo eleitoral de Amazonino. Em 2018, em silêncio, Amazonino Mendes vendeu a Amazonas Energia por meio de leilão por apenas R$ 50 mil, para o empresário e amigo pessoal. No edital, a empresa deveria investir R$ 2,4 bilhões imediato. A empresa carregava dívidas que chegavam a R$ 33 bilhões em dívidas.
A Cosama também foi privatizada em um polêmico negócio, em que o Estado assumiu a banda podre da companhia, durante a gestão do ex-governador Amazonino Mendes, em 2000. O balanço da Cosama de 1998 avaliou a empresa em R$ 490 milhões, mas foi vendida por R$ 202,6 milhões, a valores da época.
Outra manobra do governo de Mendes foi a nomeação de Samuel Hanan para a presidência do Conselho de Administração da Companhia de Gás do Estado (Cigás), no momento em que o Estado registrava crescimento no consumo, principalmente como gerador de energia elétrica.
A indicação do empresário Hanan (que é sócio do ex-governador tampão do Estado), para a privatização, foi criticada por parlamentares que desaprovam a atitude de Mendes em se desfazer do patrimônio púbico para pessoas próximas, do mesmo jeito que ele fez com a Cosama e o antigo Banco do Estado do Amazonas (BEA).
As heranças deixadas pelo ex-prefeito, ex-governador e, atual candidato a prefeito de Manaus, são baseadas em polêmicas e críticas em torno de sua gestão. Favorecendo a venda do patrimônio público do estado, e supostamente acarretando na riqueza ilícita do mesmo.