
Luís Fabiano da Silva, suspeito de ser um dos mentores do ataque à bomba elaborado para ocorrer durante o show da Lady Gaga no último sábado (3) e preso horas antes da apresentação, foi liberado após pagamento de fiança às autoridades policiais e passará por audiência de custódia. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) confirmou a informação.
De acordo com as investigações, que tiveram início na segunda-feira (28) anterior ao evento – que reuniu mais de 2 milhões de pessoas na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio –, o plano vinha sendo tramado na plataforma digital Discord, muito utilizada pelos usuários para difusão de conteúdos perturbadores e crimes de ódio, sobretudo, com direcionamento a crianças e adolescentes.
O objetivo era atrair esses alvos para uma espécie de desafio coletivo a fim de gerar notoriedade para os envolvidos. Embora artefatos explosivos não tenham sido apreendidos nas diligências, era evidente a intenção de levar bombas ao show, principalmente para ataque a pessoas do público LGBTQIA+, asseguraram as autoridades.
A polícia prendeu Luís no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma de fogo e um adolescente da cidade do Rio, que também participaria do atentado, por armazenamento de pornografia infantil.
O delegado Felipe Curi, secretário de Polícia Civil, salientou, em entrevista coletiva realizada no domingo (4), que a operação salvou “centenas de vidas”. “É terrorismo. Eles planejavam um ataque terrorista. Até por isso estamos divulgando somente hoje, para não criar alarde, espalhar pânico. Foi uma operação importante, que não interferiu no desenrolar do evento, mas impediu que um mal maior acontecesse”, disse.
Os agentes não encontraram bombas, até porque poderiam ser fabricadas de maneira caseira, mas celulares e computadores apreendidos ajudarão no desdobramento da ação, que nesta primeira etapa, teve um total de nove alvos, nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Além do preso e do adolescente detido, outras sete pessoas foram abordadas para cumprimento de mandados de busca e apreensão.
O delegado Luiz Lima, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), detalhou os próximos passos das investigações. “Os líderes que pretendiam que o massacre acontecesse foram presos. Os demais tiveram objetos apreendidos, que passarão por análise. Eles permanecerão acautelados até o fim do show”, afirmou.