Setembro Dourado: Pais devem ficar atentos aos sinais do câncer infantojuvenil

Idas frequentes de crianças a pronto-socorro com os mesmos sintomas e doenças genéticas sinalizam para os cânceres infantojuvenis, alerta a oncopediatra da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), Jeanne Lee. Neste mês, é celebrado o Setembro Dourado, para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce, primordial para alcançar a cura em neoplasias malignas que afetam crianças e adolescentes.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, o câncer representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. O Setembro Dourado foi criado para alertar profissionais da saúde, pais, educadores e sociedade sobre a importância de se atentar aos sinais e sintomas sugestivos do câncer infantojuvenil, contribuindo para detecção e tratamento precoces.

Para crianças e adolescentes, ressalta a oncopediatra Jeanne Lee, não existe influência direta de fatores externos, como o etilismo e o tabagismo, como acontece com os adultos. O câncer infantojuvenil tem origem embrionária, com mutações celulares ainda na fase de formação do embrião, apresentando pouca influência de fatores genéticos herdados e/ou fatores externos.

Consultas – Como não existem fatores externos diretos causadores da doença, a única prevenção é a criança passar regularmente nas consultas de rotina com o médico pediatra e os pais estarem atentos aos sinais e sintomas. “Uma criança que vai com frequência ao pronto-socorro com o mesmo sintoma, como vômito por exemplo, é um sinal de atenção”, explica a médica da FCecon.

Algumas doenças genéticas, como xeroderma pigmentoso e neurofibromatose, estão relacionadas a uma maior incidência de algumas neoplasias, devendo essas crianças fazerem seguimento rigoroso preventivo com orientações pelos pediatras.

Sinais – Os sintomas dos cânceres infantojuvenis são inespecíficos, por isso ocorre o retardo no diagnóstico. Sintomas comuns a outras doenças da infância, que se tornam persistentes, como vômitos, dor de cabeça, dor abdominal e febre, devem merecer atenção especial e alertar para uma melhor investigação diagnóstica.

Outros sintomas, como manchas roxas pelo corpo, perda de peso e de apetite, anemia, falta de ar, palidez cutânea, dor óssea, aumento de volume ou caroços pelo corpo, acendem o alerta para alguns tipos de neoplasias malignas, como leucemias, linfomas e sarcomas.

Há ainda sintomas como a leucocoria (mancha branca no olho), perda de equilíbrio, sinais de virilização, com o aparecimento precoce de caracteres sexuais, e o atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor, que também requer atenção.

Tipos mais comuns – Para o Amazonas, são esperados 160 novos casos de câncer infantojuvenil em 2020, conforme estimativas do Inca.

Os tipos de cânceres mais frequentes na infância são: leucemias (afetam as células sanguíneas); linfomas (sistema linfático); neoplasias do sistema nervoso central (tumor sólido mais frequente); osteossarcoma (tumor ósseo); Sarcoma de Ewing (tumor ósseo e de partes moles); rabdomiossarcoma (tumor de partes moles); neuroblastoma (tumor de supra-renal); Tumor de Wilms (tumor renal); retinoblastoma (câncer ocular); e tumor de células germinativas (afeta testículos e ovário).