Servidor do Ministério da Cultura é preso por instalar câmeras escondidas para filmar mulheres

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu preventivamente Pablo Silva Santiago, conhecido como DJ Pelegrino, servidor do Ministério da Cultura, suspeito de instalar câmeras escondidas para filmar amigas e colegas sem permissão. Ele foi encontrado na casa da mãe, em São Sebastião, quando agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) cumpriram o mandado de prisão.

Pablo Santiago é investigado por instalar câmeras em banheiros de casas e locais públicos para registrar imagens íntimas de mulheres sem consentimento. A polícia estima que ele tenha mais de mil fotos e vídeos em seus arquivos.

Policiais da Deam realizaram busca e apreensão na casa de Pablo, confiscando notebooks, celulares e HDs externos. De acordo com depoimentos colhidos pelos investigadores, o suspeito participava de sites pornográficos e grupos no Telegram para compartilhar os arquivos, inclusive em troca de vídeos de necrofilia.

A investigação aponta que o homem, de 39 anos, instalava câmeras em banheiros de casas, pousadas e locais públicos, divulgando as imagens em aplicativos de mensagens e sites pornográficos. Os registros mostram mulheres nuas em momentos íntimos, como no banho ou fazendo necessidades fisiológicas.

Afastamento e Ampliação da Investigação
No dia 14 de maio, o Ministério da Cultura, órgão onde Pablo trabalhava, afastou preventivamente o servidor. Em nota, a pasta informou que apreendeu o computador utilizado no ambiente institucional, solicitou à Polícia Federal uma varredura no “bloco B”, e abriu um processo administrativo para apuração do caso.

De acordo com a delegada da DEAM I, Karina Duarte, o número de vítimas pode ser ainda maior do que as já identificadas. “Ele era uma pessoa atuante no cenário cultural de Brasília, tinha ciclo social bastante extenso, com presença de muitas mulheres. E nesses ambientes, obviamente, tinha acesso a banheiros dessas festas. Então, a gente espera que ele tenha feito vítimas que ele conhecia ali”, disse a delegada à imprensa local.

A análise prévia aponta que o arquivo mais antigo do servidor é de 2017. Com isso, a delegada acredita que será impossível identificar e nominar todas as mulheres. A quantidade exata de vítimas e de conteúdos depende da conclusão da análise da perícia. A delegada solicitou a prisão preventiva de Pablo Silva para garantir a ordem pública. “Após ele saber que teria sido descoberto, ele falou para pessoas bem próximas que pensava em desaparecer, dando a entender uma possível fuga”, apontou Karina Duarte.