Sem aval da Secretaria de Saúde do Amazonas, médica diz que cloroquina foi “último recurso”

A médica Michelle Chechter, que submeteu duas pacientes grávidas com Covid, ao uso de nebulização com hidroxicloroquina, em uma maternidade de Manaus, mesmo que o procedimento seja sem eficácia comprovada, informou, por meio de nota de esclarecimento,  que o procedimento adotado foi “utilizado como medida compassiva e último recurso disponível”. Uma das pacientes faleceu.

A Secretaria de Saúde do Amazonas reprovou a conduta médica e, abriu uma sindicância para apurar o caso, porém o advogado da acusada informou que o procedimento foi feito com o consentimento da paciente e familiares.

“Em razão do estágio avançado da doença, o tratamento adotado foi utilizado como medida compassiva e último recurso disponível, tendo o consentimento expresso da paciente e a anuência de seus familiares”, informou o advogado da médica.

A médica também acumula outras polêmicas em torno do cargo que exerce.

A profissional foi contratada como “médico intensivista temporário”, e recebeu mais de R$ 11,8 mil em fevereiro e R$ 12,7 mil líquidos em março, mesmo tendo trabalhado apenas cinco dias no Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), e, inclusive, já tem o nome no portal da transparência, na lista de funcionários do governo do estado.

O advogado da médica defende que a prestação de serviços foi regulamentada em um contrato e consistiu em dez plantões de doze horas de duração, em um intervalo de 30 dias, e, devido a uma situação de emergência, os plantões da médica foram realizados em um intervalo de seis dias, “devido a uma insuficiência do número de profissionais em Manaus”.

A morte da paciente está sendo investigada pela  Polícia Civil e o Ministério Público do Amazonas.