PSG e Istanbul Basaksehir abandonam jogo em protesto inédito contra racismo no futebol

Em protesto inédito e histórico contra o racismo no futebol, jogadores de Paris Saint-Germain (França) e Istambul Basaksehir (Turquia) abandonaram o campo durante o primeiro tempo da partida desta terça-feira (8), em Paris, válida pela última rodada da fase de grupos da Champions League, a principal competição entre clubes de futebol da Europa.

Aos 14 minutos do primeiro tempo, com o placar em 0 a 0, o auxiliar-técnico do Basaksehir, o camaronês Pierre Webó, acusou o quarto árbitro do jogo, o romeno Sebastian Coltescu, de ofendê-lo com uma expressão racista.

Depois de Webó reclamar de um lance com a arbitragem, Coltescu chamou o juiz principal, Ovidiu Hategan, para pedir punição ao auxiliar-técnico, dizendo: “Aquele preto ali. Vá lá e verifique quem é. Aquele preto ali. Não dá para agir assim”.

O atacante Demba Ba, do Basaksehir, era o mais exaltado e foi quem liderou o movimento contra mais um ato de racismo no futebol. As câmeras flagraram a cobrança dele ao quarto árbitro pelo ato racista. “Você nunca diz ‘aquele cara branco’. Então por que quando você fala de um negro, você tem que dizer ‘aquele cara negro’?”, questionou.

Em campo, os jogadores do PSG juntaram-se à indignação e apoiaram o protesto dos adversários. Neymar e Mbappé, os dois principais jogadores do clube parisiense foram contundentes em conversa com o árbitro. “Nós não vamos jogar”, afirmou Neymar. “Se esse cara não sair, nós não jogamos”, completou Mbappé.

Goksel Gumusdag, presidente do clube turco, chegou a dizer que o time voltaria ao gramado se o quarto árbitro fosse retirado do jogo. A Uefa – confederação de futebol do continente – decidiu, então, substituí-lo por um juiz que trabalharia no VAR.

A entidade chegou a anunciar que a partida voltaria a ser disputada às 18h (horário de Brasília). Mesmo assim, os jogadores se recusaram a voltar a campo. A Uefa acabou cedendo. E a partira voltará a ser disputada nesta quarta-feira (9), às 14h55 (de Brasília), a partir do momento em que foi interrompida.