Professores do AM protestam contra a nomeação de ex-titular da Semed para o MEC: “Inimiga da educação”

Após ser nomeada para assumir a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na sexta-feira (6), Katia Schweickardt, que é ex-secretária de Educação de Manaus (Semed), da gestão de Arthur Neto, tem sido alvo de duras críticas.

Após o anúncio feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, muitos professores da rede pública do Amazonas foram às redes sociais protestar. Eles ressaltaram que em 2017 ela ofendeu a categoria após os educadores irem às ruas de Manaus para exigir o pagamento do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).

“Fizeram um movimento que eu considero até criminoso, porque é um movimento que não foi pedido pauta, ninguém pediu agenda, ninguém foi lá dizer para a gente o que queria fazer, foram pra lá e fecharam a rua. Eu não entendo isso. E a gente, claro, tava fazendo o que? Trabalhando nas salas de aula, preparando os professores e alunos”, disse Katia Schweickardt em coletiva de imprensa na época.

A declaração gerou protestos da categoria na capital amazonense, que a classificaram como ‘inimiga da educação’. “Não aceitamos e nem esqueceremos”, protestou a professora Gleice Oliveira, que esteve à frente do movimento em 2017, sobre a indicação de Kátia ao cargo no governo do petista. Clique aqui e veja uma das publicações.

Outras polêmicas

Além disso, os professores relembram que Kátia foi alvo de várias denúncias na Justiça do AM por irregularidades cometidas durante a sua gestão. A ex-secretária também é alvo de críticas e suspeitas após ela assinar um contrato de aluguel de um amigo do então prefeito de Manaus Arthur Neto, de um imóvel avaliado em R$ 710,2 mil, com o prefeito de Novo Airão, Wilton Pereira dos Santos.

Outra denúncia foi apresentada contra Kátia em agosto de 2022 pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) devido ao pagamento de R$ 1,4 milhão a mais pelo aluguel de um imóvel onde funciona o Centro Municipal de Educação Infantil Sofia Soeiro do Nascimento, na zona norte de Manaus.

Na ação, o órgão pediu o imediato bloqueio de bens da ex-secretária e que o dinheiro fosse devolvido aos cofres públicos. Além desta, outra ação do MP aponta que Kátia pagou R$ 44,8 mil a mais para alugar o prédio onde funciona o Centro Municipal de Educação Infantil Professora Suely Cruz de Pinho Pompeu, na zona norte de Manaus. Apesar da repercussão, Kátia não se manifestou sobre tais acusações.

Somado a isso, em 2020, durante a gestão de Katia, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a abertura de investigação para apurar responsabilidades pelo superfaturamento de R$ 2,8 milhões na compra de merenda escolar pela Prefeitura de Manaus.

Os alimentos foram distribuídos aos alunos da rede municipal de ensino. Na época, Kátia negou a acusação e alegou que o TCU de ter feito uma denúncia que “parece ter sido feita com cunho político”.