
Nesta quinta-feira (7), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou que não pautará o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo que o documento reúna as 81 assinaturas de todos os senadores.
— Nem que tenha as 81 assinaturas, não vou pautar impeachment de ministro do STF para votação — afirmou Alcolumbre a líderes partidários, segundo fontes da coluna de Roseann Kennedy, do Estadão.
A oposição já conseguiu as 41 assinaturas mínimas para protocolar o pedido. No entanto, a decisão de colocar a proposta em pauta cabe exclusivamente ao presidente do Senado, que reiterou sua recusa em avançar com o processo.
O posicionamento de Alcolumbre é uma mensagem clara tanto para aliados do governo que apoiam Moraes, quanto para opositores — como Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS) e Marcos Rogério (PL-RO) — que chegaram a fazer obstrução por mais de 40 horas tentando forçar a votação.
A articulação dos opositores no Senado e na Câmara buscava garantir a tramitação de três propostas conhecidas como “Pacote da Paz”: o impeachment de Moraes, a anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e a PEC que extingue o foro privilegiado para crimes comuns.
Apesar das tentativas, não houve avanço. Enquanto Alcolumbre bloqueia a pauta do impeachment no Senado, o presidente da Câmara, Arthur Lira, não firmou acordo com os deputados para colocar as demais propostas em votação, o que fez com que líderes partidários precisassem ser acionados para tentar viabilizar a análise ainda na próxima semana.