A dois anos das eleições presidenciais, aumentam as possibilidades de uma chapa formada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro e pelo apresentador Luciano Huck, o que causou alvoroço no governo e no meio político nacional. O ex-juiz da Lava-Jato se articula com outros possíveis apoiadores, como Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Até mesmo o vice-presidente Hamilton Mourão aparece nas pretensões do ex-magistrado.
Recentemente, aconteceu um encontro entre Moro e Huck em Curitiba, onde o apresentador desponta como principal opção para vice, em razão do poder de influência e do nível de engajamento político que vem ganhando desde 2018, quando revelou planos para se lançar à presidência. A intenção do ex-ministro da Justiça do governo é criar uma alternativa de centro ao presidente Jair Bolsonaro, representante da direita, e à esquerda, conduzida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus apoiadores.
Segundo informações divulgadas na imprensa, Huck almoçou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a fim de fortalecer a possível chapa. Nem o comunicador nem Sergio Moro têm disputas de cargos eletivos no currículo e, o deputado seria uma peça-chave para ampliar a articulação e conseguir apoio no Congresso e nos estados.
De acordo com fontes no Planalto, integrantes do governo estão prestes a mudar de lado nos próximos meses e passar a apoiar Moro, que ainda conta com a simpatia de muitos integrantes do Executivo.
A possível chapa já começa a incomodar. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, usou o Twitter para se manifestar sobre a eventual parceria. “Não basta trair no governo, trair na saída, tem de continuar flertando com a traição. É um triplo mortal carpado”, escreveu.
O tema também foi assunto de representantes da esquerda . O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disparou contra Moro. “A fraude que campeia no Brasil não cede espaço. No dia em que Doria, Huck e Moro forem de centro, eu sou de ultra-esquerda, o que eu nunca fui”, afirmou, em um evento de campanha, num galpão na zona oeste de São Paulo. Ele disse, ainda, que o bolsonarismo e o PT vêm perdendo força e isso deve ficar evidenciado nas eleições municipais deste ano.
“Está muito cedo ainda, falta uma semana, mas parece que o bolsonarismo boçal e o lulopetismo corrompido vão levar uma grande surra no Brasil inteiro a preço de hoje”, ressaltou. “Isso quer dizer que o eleitorado brasileiro, em sua esmagadora maioria, como segunda razão do seu voto, está banindo esses dois extremos. O primeiro motivo é a água, é a luz, é o telefone, moradia, ônibus. A segunda é um posicionamento político.”