O soldado Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, que jogou um entregador de uma ponte na Zona Sul de São Paulo, foi preso na manhã desta quinta-feira (5). Ele está detido na sede da Corregedoria da Polícia Militar.
Luan trabalha nas Rondas Ostensivas com Apoio de Moto, no 24º Batalhão de Polícia de Diadema. A Corregedoria pediu a prisão do agente depois que o vídeo de Marcelo Amaral, de 25 anos, sendo lançado ao córrego pelo militar começou a circular nas redes sociais. Pelo menos outros 12 PMs envolvidos na ação foram afastados de suas funções.
Com a decretação da prisão, ele será encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista, após realização de exames no Instituto Médico Legal (IML).
No vídeo que mostra toda a ação, é possível observar os agentes realizando uma abordagem. Primeiro, dois policiais se aproximam, enquanto outro levanta uma motocicleta caída no chão. Logo depois, um quarto agente aparece segurando o homem pela camiseta azul, que seria o motociclista abordado. Poucos segundos depois, o PM joga o homem no rio.
Segundo a família da vítima, o jovem caiu de cabeça e machucou o rosto. Marcelo foi socorrido por moradores de rua que estavam embaixo da ponte e levado para o hospital, mas já está em casa.
O militar já foi acusado pela morte de um suspeito com 12 tiros no ano passado após uma perseguição em Diadema, na Grande São Paulo. O caso, que inicialmente tramitou na Justiça Militar, foi encaminhado à Justiça comum, sob suspeita de homicídio doloso, mas acabou arquivado em janeiro deste ano.
O caso aconteceu na madrugada da última segunda-feira (2), mas só ganhou repercussão após o compartilhamento de um vídeo nas redes sociais na terça-feira (3).
Uma testemunha, que não quis se identificar, afirma que viu quando os agentes do policiamento com motocicletas abordaram o jovem.
“Tinham dois policiais da Rocam parados ali com cassetete na mão esperando para abordar. Aí esse menino veio da avenida, virou e aí foi a hora que ele viu os policiais e caiu no chão com a moto. Na hora que ele caiu no chão com a moto, como os policiais vieram em cima dele, eu e minha amiga saímos correndo”, diz.
A testemunha ainda ressalta que a polícia estava no local para dispersar um baile funk que acontecia na rua. Um córrego corta a comunidade da Vila Clara, na Zona Sul de São Paulo. São cerca de três metros de altura que separam a ponte da Água Rasa.
Antônio Donizete do Amaral, pai do jovem, cobrou explicações sobre o caso, que chamou de “inadmissível”.
“Está bem, mas não consegui falar com ele… É inadmissível, não existe isso aí. Eu acho que a polícia está aí para fazer a defesa da população e não fazer o que fez”, disse o mecânico