Polícia Federal intercepta empresários com R$ 1,2 milhão em aeroporto; envolvidos têm vínculo com a Prefeitura de Coari

Um grupo de empresários do Amazonas foi preso na manhã desta terça-feira (20) no Aeroporto Internacional de Brasília, após ser flagrado com R$ 1,2 milhão em espécie. A abordagem foi feita por agentes da Polícia Federal durante uma inspeção de rotina nas bagagens, que apontou a presença do dinheiro.

Os detidos foram identificados como César de Jesus Glória Albuquerque, Erick Pinto Saraiva e Vagner Santos Moitinho. Eles haviam embarcado em Manaus no voo 3747 da Latam, com destino à capital federal.

Durante o interrogatório, os empresários alegaram que o valor era destinado a pagamentos relacionados a contratos com prefeituras do interior do Amazonas. Um desses contratos, segundo documentos obtidos pela PF, envolve a Prefeitura de Coari, que autorizou o repasse de R$ 2,5 milhões à empresa Comercial CJ – Comércio de Produtos Alimentícios LTDA, registrada em Presidente Figueiredo e pertencente a César Albuquerque.

O contrato em questão foi publicado no Diário Oficial dos Municípios no dia 18 de abril e prevê o fornecimento de bolsas, bonés, tecidos e outros materiais à gestão municipal.

Apesar da justificativa, os policiais federais encontraram inconsistências nos depoimentos dos suspeitos, especialmente quanto ao destino do dinheiro e às pessoas que o receberiam em Brasília.

Os três empresários permanecem à disposição da justiça. Até o momento, a Prefeitura de Coari não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

EMPRESÁRIO PRESO JÁ ESTEVE ENVOLVIDO EM CONTRATOS COM A PREFEITURA DE MANAUS

Em 2024, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), firmou um contrato de mais de R$ 3,5 milhões com a empresa Comercial CJ – Comércio de Produtos Alimentícios LTDA, pertencente ao empresário César de Jesus Glória Albuquerque, para o fornecimento de itens da merenda escolar, como biscoito, macarrão parafuso e leite condensado.

A contratação, feita por meio do Pregão Eletrônico 031/2024, levantou suspeitas de superfaturamento, principalmente no item leite condensado, comprado por R$ 8,87 — valor 128% acima do preço de mercado. A empresa localizada em Presidente Figueiredo, não apresentou os menores preços entre as concorrentes, mas ainda assim venceu a licitação.