Manaus – Nos últimos meses, outdoors espalhados por Manaus e pelo interior do Amazonas chamaram atenção ao divulgar pesquisas de intenção de voto manipuladas, fruto de uma associação de portais que buscam curtidas e audiência fácil. Além da clara infração ética e legal, o episódio levantou um debate sobre como grandes veículos de comunicação, mesmo com enorme acesso digital, aparecem mal ranqueados quando o assunto é engajamento real e credibilidade nas redes sociais.
De acordo com o levantamento da Perspectiva Mercado de Opinião, que monitorou 406 páginas no Facebook e 427 perfis no Instagram de portais e sites de notícias do Amazonas, a performance digital vai muito além de seguidores acumulados. O ranking leva em conta não apenas o número de fãs, mas também crescimento orgânico, reações, comentários, compartilhamentos, volume de posts e taxa de engajamento.
O estudo alerta ainda para a prática recorrente da compra de seguidores e interações falsas, algo que distorce a percepção de popularidade e influencia de forma artificial o debate público. Isso ajuda a explicar porque portais com milhões de curtidas aparecem em posições negativas no ranking geral — caso do D24, que mesmo sendo um dos sites mais acessados do estado, surge atrás de concorrentes menores, mas mais engajados digitalmente.
Entre os casos mais emblemáticos, veículos tradicionais e sites de grande audiência figuram bem atrás de páginas que, apesar de não terem números inflados, conseguem gerar interação real com o público. A diferença revela um abismo entre o alcance fabricado e a credibilidade conquistada no dia a dia.
A combinação de outdoors com pesquisas manipuladas e estratégias digitais infladas por métricas falsas acende um alerta: a população precisa redobrar o cuidado ao consumir informações, verificar a procedência dos dados e questionar quem realmente tem relevância e compromisso com a verdade.
Em um cenário onde a desinformação circula com rapidez, o ranking digital mostra que a força dos portais não se mede apenas por seguidores ou curtidas, mas pelo engajamento orgânico e pela confiança que conseguem gerar.
