PCC é a principal facção suspeita na morte de quatro agentes de segurança

Da redação

Quatro agentes de segurança pública foram vítimas de atentados em um intervalo de menos de 48 horas na Baixada Santista, litoral de São Paulo. Dois deles morreram em ataques a tiros neste final de semana. A Polícia Civil investiga se há relação entre os crimes e as ações coordenadas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa de São Paulo.

Em ações entre a manhã e o começo da tarde de sábado (25), criminosos armados atacaram dois policiais penais do CDP (Centro de Detenção Provisória) de São Vicente, na Baixada Santista —um deles morreu. Na noite de sábado, um policial militar escapou de um ataque após trocar tiros com os suspeitos. Já na madrugada de domingo, um ex-PM acabou sendo morto a tiros de fuzil. Foi o terceiro ataque neste mês a policiais penais do mesmo CDP. Na noite de 1º de dezembro, o agente Eduardo Godinho Kundig foi assassinado por três criminosos armados quando estava sentado em uma calçada em São Vicente.

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) levantou a hipótese de relação entre os crimes, citando o homicídio do começo do mês. “Áudios que circularam pelas mídias sociais davam conta de uma possível organização por parte de criminosos para matar policiais”, disse um dos trechos do texto publicado pela entidade. No mesmo texto, o sindicato cobra uma postura efetiva da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) para identificar a origem desses crimes. “O sindicato acende um alerta para que todos os servidores penitenciários da região fiquem atentos em sua rotina a fim de evitar novos atentados”.

“Se puderem deixar as suas casas [policiais penais da Baixada Santista] e ir para a casa de um amigo ou de um parente… Porque nós sabemos que quando tem um ‘salve’ [ordem da cúpula de uma facção para cometer crimes], tudo pode acontecer”, alertou em vídeo Fábio Jabá, presidente do sindicato. Membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Rafael Alcadipani atribui a sequência de crimes à facção criminosa de São Paulo.

“Ainda está sendo investigado se existe ou não essa relação. Mas o crime não mata agentes do estado se não houver uma ordem superior. Esses homicídios têm o dedo do PCC. Essas mortes não aconteceram sem a anuência do crime organizado. Parece ser uma ação coordenada”.

Em nota, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) lamentou o episódio. “A SAP oferece suporte às forças de segurança para identificação e prisão dos autores dos crimes e presta solidariedade às famílias dos agentes, dando todo o apoio necessário”, disse, em um dos trechos.