Um homem identificado como Cid Marcos Bastos Reis, mais conhecido como “Pai Marcos”, deixou a prisão após passar mais de um ano detido preventivamente. Investigado por crimes como abuso sexual, estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, ele foi solto nesta semana por decisão judicial que considerou o excesso de tempo de sua prisão sem julgamento definitivo.
“Pai Marcos” ganhou projeção nacional por meio do projeto “Pai Resgatando Vidas”, que atuava em Manaus e Iranduba com a promessa de ajudar pessoas em situação de rua. A iniciativa arrecadou mais de R$ 20 milhões em doações, mas a Polícia Civil do Amazonas aponta que o valor foi desviado para gastos pessoais, como compra de imóveis, veículos de luxo e sustentação de um suposto esquema criminoso.
Durante as investigações, surgiram denúncias graves de abuso sexual. Segundo relatos de vítimas, os crimes envolviam o próprio Marcos, seu filho Wilson Bastos e um segurança identificado como João Vale, o “Budeu”. As vítimas relataram ter sido coagidas a manter relações sexuais em troca de comida, abrigo ou itens de higiene — entre elas, inclusive, adolescentes.
A soltura do investigado gerou revolta entre moradores e entidades de defesa dos direitos humanos. Embora esteja em liberdade, Pai Marcos continua respondendo às acusações na Justiça, que deve definir os próximos desdobramentos do processo. O Ministério Público ainda pode recorrer da decisão que permitiu sua liberação.
