Padrasto é preso por torturar e obrigar criança de 4 anos a comer fezes; mãe é investigada

A Polícia Civil prendeu, na última sexta-feira (16), Israel Lima Gomes, de 32 anos, suspeito de submeter a tortura sua enteada de apenas 4 anos. O fato aconteceu na Ilha do Governador, Rio de Janeiro. A criança era forçada a ingerir fezes pelo próprio padrasto.

A investigação começou após a internação da criança em estado grave em um hospital infantil. Os médicos constataram que a menina apresentava intestino perfurado, um braço fraturado, infecção abdominal e múltiplos hematomas por todo o corpo, chegando a correr risco de vida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A análise das conversas no celular de Israel com a mãe da criança revelou mensagens chocantes em que ele justificava o uso de castigos físicos severos como método de “educação”. Em um dos diálogos, ele afirmou que a criança era “forte porque estou moldando ela na dor. Fica fraco quando é só amor”. Os investigadores não hesitaram em classificar o caso como “evidente prática de tortura”.

Além das agressões físicas, que eram frequentemente disfarçadas com alegações de quedas ou acidentes, a investigação aponta que a criança era rotineiramente trancada sozinha em banheiros escuros, intensificando o sofrimento da vítima.

O caso está sendo inicialmente tratado como tortura, um crime hediondo, mas a polícia não descarta a possibilidade de evoluir para tentativa de homicídio qualificado, dependendo do avanço das investigações. Israel já possuía antecedentes criminais, com anotações por violência doméstica e importunação sexual, sendo esta última por ter se exposto nu para uma criança de 12 anos em um contexto familiar.

O delegado Felipe Santoro, responsável pela investigação, informou que a participação da mãe da criança também está sendo minuciosamente apurada. A mulher pode responder pelos mesmos crimes do marido ou por omissão, caso se confirme sua conivência ou negligência diante da situação de tortura.

A mãe da menina, que teve sua identidade preservada, nega todas as acusações e prestou depoimento à polícia na condição de testemunha até o momento. No dia em que a criança deu entrada no hospital, a comoção popular foi tão grande que a polícia precisou escoltar a mulher para evitar um possível linchamento pela população local, demonstrando a indignação da comunidade diante da brutalidade do caso.