A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, exigiu nesta terça-feira (8/9) uma “investigação profunda, transparente, independente e imparcial” por parte das autoridades russas sobre o envenenamento do líder opositor Alexei Navalni. Bachelet classificou o atentado contra o opositor de Vladimir Putin, que está internado em um hospital de Berlim, como um “crime muito grave”.
Citada em um comunicado, Bachelet disse que negar a necessidade de uma investigação completa, independente, imparcial e transparente sobre essa tentativa de assassinato não constitui uma resposta adequada.
“Cabe às autoridades russas investigarem em profundidade quem foi o responsável por este crime muito grave cometido em solo russo”, acrescentou.
Bachelet disse ainda que agentes nervosos como o Novichok – substância utilizada contra Navalni, segundo os médicos alemães – e Polônio-210 são substâncias sofisticadas e extremamente difíceis de se obter. “Isso levanta muitas questões”, apontou.
“Por que usar substâncias como essas? Quem as usa? Como as conseguiram?”, questionou Bachelet. Ao ser questionado sobre os culpados, durante uma entrevista coletiva da ONU, em Genebra, o porta-voz da alta comissária, Rupert Colville, disse “não estar em posição de fazer acusações diretas”.
Navalni, de 44 anos, o principal oponente do Kremlin, está sendo tratado em Berlim, após ser transferido da Sibéria, na Rússia. A Alemanha e outros países ocidentais acusam as autoridades russas de envenenamento.
O Novichok é um agente nervoso projetado na época soviética para uso militar. As autoridades russas negam qualquer envolvimento neste episódio.