Um estudo feito com amostras de sangue doadas ao hemocentro de Manaus revela a capital Amazonense atingiu a imunidade de rebanho contra a Covid-19. Os estudos concluíram que entre 44% e 66% da população de Manaus já foi exposta ao coronavírus.
Pesquisadores da USP, em parceria com outras instituições como as universidades de Harvard e de Oxford, analisaram mais de 6 mil amostras de sangue colhidas entre 7 de fevereiro e 19 de agosto.
Segundo os pesquisadores, o pico de pessoas imunizadas em junho, chegou em 51.8% da população apresentando anticorpos. Corrigidos os falso-negativos, até 66% da população manauara teria sido infectada pelo Sars-CoV-2 (na hipótese mais otimista).
Para confirmar a infecção pelo novo coronavírus, as amostras de sangue analisadas foram testadas por meio de sorologia em diferentes datas, de maneira que os pesquisadores pudessem contornar os falsos negativos quando o paciente está infectado, mas o exame não revela a doença.
O cuidado é justificado. Isso porque a quantidade de anticorpos diminui com o passar do tempo, dificultando a sua detecção.
Ao observar a presença de anticorpos ao longo do tempo, os cientistas constataram que a doença apresenta maior gravidade e maior quantidade de anticorpos entre o 20º e 33º dia após a infecção, chegando a sensibilidade sorológica, quando o teste detecta o vírus de 91,8%.
Apesar das descobertas, não é possível associar a queda na quantidade de casos em Manaus apenas a imunidade de rebanho. Dados de celulares indicam que a partir de março, manauaras aumentaram o distanciamento social.
O estudo foi publicado no Podcast do O Globo.