Morte da cantora sertaneja Marília Mendonça repercute na imprensa internacional

Brasil – O acidente aéreo que tirou a vida da cantora e compositora Marília Mendonça ganhou destaque na imprensa internacional nesta sexta-feira (5). Fenômeno do “feminejo”, Marília faleceu aos 26 anos e recebeu homenagens de diversos artistas da música brasileira.

O falecimento da artista ganhou destaque no New York Times, na Billboard, na revista People, na rede BBC e em diversos outros veículos de alcance internacional. A palavra “feminejo” foi usada pela primeira vez pelo New York Times em sua história em razão da reportagem sobre a trajetória de Marília.

“Mendonça foi icônica em um tipo de música country chamado sertanejo, gênero popular no Brasil. Sua legião de fãs encontrou poder nas letras de suas canções, que imploravam às mulheres que rejeitassem relacionamentos ruins e abusivos, e contava histórias de personagens imperfeitos. Ela ganhou o Grammy Latino de 2019 de melhor álbum de sertanejo por ‘Em Todos Os Cantos’”, descreveu o periódico novaiorquino.

Multidão, fortuna e fama estrondosa

A cantora e compositora Marília Dias Mendonça, nascida na pequena Cristianópolis (GO) em 22 de julho de 1995, morreu num trágico acidente aéreo na tarde desta sexta-feira (5), após o avião em que ela viajava cair e se chocar contra uma cachoeira no município de Piedade de Caratinga (MG), na região do Vale do Aço. Ela tinha 26 anos e era mãe de Léo, um bebê de apenas um ano.

Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o bimotor se chocou com um cabo de uma torre de distribuição antes da queda. Os órgãos aéreos da região já tinham recebido reclamações de outros pilotos, em agosto e setembro, informando que os fios elétricos atrapalhariam o pouso no aeródromo de Caratinga.

Marília iniciou sua carreira musical com apenas 12 anos, compondo algumas das letras mais famosas do mundo sertanejo, como “Minha Herança”, de João Neto e Frederico, “Muito Gelo, Pouco Whisky”, de Wesley Safadão, “Até Você Voltar”“Cuida Bem Dela” e “Flor e o Beija-Flor”, interpretadas por Henrique e Juliano, “Ser Humano ou um Anjo”, cantada por Matheus e Kauan, “Calma”, gravada nas vozes de Jorge e Mateus, e “É Com Ela Que Eu Estou” do também falecido Cristiano Araújo, vítima de um acidente automobilístico em 2015.

Em 2014, aos 19 anos, lançou-se na carreira como cantora e gravou um EP que levava seu nome. Dois anos depois, em 2016, produziu “Marília Mendonça: Ao Vivo”, em parceria com outros grandes nomes do gênero. A superprodução alçou a jovem ao estrelato e, a partir daí, suas andanças pelo Brasil passaram a ser acompanhadas de multidões de fãs.

Uma das cantoras mais bem pagas do país, antes da pandemia, um show seu custava R$ 350 mil e eram pelo menos 25 apresentações por mês. Sites especializados em celebridades repercutiam a fortuna que Marília movimentava com sua arte, algo em torno de R$ 10 milhões mensais, sem que, contudo, deixasse o jeito simples, divertido e atencioso que marcava sua relação com admiradores e com a imprensa.

Via: Revista Fórum