Ministério da Economia vai lançar medidas de estímulo ao crédito

BRASIL – O governo federal deverá lançar, na próxima semana, um conjunto de medidas para estimular o mercado de crédito com o intuito de reduzir as taxas de juros nos financiamentos.

A informação foi confirmada nesta sexta-feira (19) pelo secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, durante uma entrevista concedida a uma emissora de televisão. O secretário garantiu que não há previsão de medidas com juros subsidiados ou com qualquer custo para os cofres do tesouro nacional.

O governo vem trabalhando na construção dessa alteração desde 2019, mas não conseguiu avançar até agora. A ideia é promover o fracionamento das garantias usadas nas operações de financiamento.

Hoje, quando um bem ou patrimônio é utilizado como garantia na tomada de crédito, ele fica travado na instituição financeira que faz a concessão. Com as mudanças que serão anunciadas, uma empresa ou uma pessoa poderá usar o mesmo bem para negociar juros mais baixos em outras operações.

Fontes que participam da concepção das medidas confirmaram que será criada a figura da Instituição Gestora de Garantias, um marco legal para que o próprio setor financeiro se organize e monte as gestoras.

A falta de garantias é apontada como um dos maiores entraves do mercado de crédito no brasil, já que encarece os financiamentos e inviabiliza projetos de longo prazo.

Um estudo feito pelo Banco Central no início do ano mostrou o tamanho da diferença entre as operações: um empréstimo pessoal não consignado tem uma taxa de juros com mais de 92 pontos percentuais acima da cobrada de um empréstimo com garantia.

Desde que adotou a alienação fiduciária, no início dos anos 2000, o mercado de credito brasileiro mais do que dobrou, especialmente nos financiamentos imobiliário e de automóveis. O crédito consignado foi a mudança seguinte, e também derrubou os juros e aumentou volume de operações.

No mercado imobiliário, os empréstimos com garantias correspondem a menos da metade das concessões. Nos Estados Unidos, essa modalidade passa dos 90% no mercado.

O governo espera estender a possibilidade de garantias para qualquer tipo de bem, como máquinas e estoques das empresas, por exemplo. O mesmo se aplicaria para financiamentos pessoais.