
A Secretaria Municipal de Saúde de Campinápolis, no Mato Grosso, informou nesta quarta-feira (11) que acompanha dois casos suspeitos de gripe aviária em humanos. Outras sete pessoas, que também tiveram contato com aves contaminadas, estão sob monitoramento da pasta.
O município, localizado a 510 km de Cuiabá, entrou em estado de emergência zoossanitária desde terça-feira (10), após a confirmação da presença do vírus Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma ave doméstica criada para subsistência, segundo confirmou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O foco da doença foi detectado no último domingo (8).
Em pronunciamento nas redes sociais, a coordenadora de vigilância sanitária de Campinápolis, Suelen Cequinel, informou que todos os protocolos estão sendo rigorosamente seguidos, incluindo notificação, tratamento e coleta de amostras dos casos suspeitos. “Assim que chegarem os resultados, os casos serão classificados como confirmados ou descartados”, disse.
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) confirmou a existência dos dois casos suspeitos e que as amostras coletadas foram enviadas para análise no Instituto Adolf Lutz, em São Paulo.
O decreto de emergência zoossanitária, publicado em edição extra do Diário Oficial, tem duração inicial de 90 dias e pode ser prorrogado. Com isso, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) está autorizado a adotar medidas emergenciais para conter o avanço do vírus na região, podendo inclusive expandir normas para disciplinar as ações necessárias.
Segundo o Mapa, não há granjas comerciais próximas ao local onde o vírus foi detectado, que se trata de uma criação doméstica de subsistência. A propriedade onde foi confirmada a presença do vírus foi interditada e está sob protocolo de vigilância que inclui um raio de 10 km ao redor do foco.
A gripe aviária é causada pelo vírus H5N1, um subtipo do vírus influenza A conhecido por provocar surtos letais em aves desde 2006, principalmente em regiões da Ásia, África e norte da Europa. Apesar da preocupação, o infectologista Marcelo Neubauer destacou que o vírus é raro entre humanos e não há risco iminente de uma epidemia ou pandemia.
O Ministério da Agricultura ressaltou que o risco de infecção humana é considerado baixo e está geralmente associado a, profissionais com contato direto e prolongado com aves infectadas, como tratadores e trabalhadores rurais. A pasta tranquilizou a população afirmando que não há necessidade de restrições alimentares e que o consumo de produtos avícolas inspecionados continua seguro.
Além disso, o diagnóstico da doença em aves de subsistência não gera restrições ao comércio internacional, e a exportação de produtos avícolas permanece garantida.