O encerramento da produção de veículos na Ford no Brasil, é fruto da “falta de credibilidade do governo brasileiro”, segundo afirma o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O encerramento das atividades da montadora vai deixar 5 mil desempregados. O secretário de Comunicação do Ministério das Comunicações, Fábio Wajngarten, acusou o Maia de procurar holofotes.
“O fechamento da Ford é uma demonstração da falta de credibilidade do governo brasileiro, de regras claras, de segurança jurídica e de um sistema tributário racional. O sistema que temos se tornou um manicômio nos últimos anos, que tem impacto direto na produtividade das empresas”, afirmou Maia em uma rede social. “Espero que essa decisão da Ford alerte o Governo e o parlamento para que possamos avançar na modernização do Estado e na garantia da segurança jurídica para o capital privado no Brasil”, continuou.
O parlamentar deu outras justificativas a Wajngarten para a saída da Ford do Brasil. “A verdade dos fatos: a Ford mundial fechou fábricas no mundo porque vai focar sua produção em SUVs e picapes, mais rentáveis. Não tem nada a ver com a situação política, econômica e jurídica do Brasil. Quem falar o contrário, mente e quer holofotes”, posicionou-se o secretário.
Precedentes
A montadora americana está passando por um processo de reestruturação da produção de veículos na América do Sul. Com isso, neste ano, a empresa fechará plantas em Camaçari (BA), em Taubaté (SP) e em Horizonte (CE). De acordo com a montadora americana, “à medida que a pandemia de covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, demonstrou preocupação com o encerramento das atividades da Ford. “Não é uma notícia boa, né? Acho que a Ford ganhou bastante dinheiro aqui no Brasil. Me surpreende essa decisão que foi tomada aí pela empresa.
Além dos efeitos econômicos da pandemia, as montadoras não tinham um relacionamento muito próximo com o governo Bolsonaro. O secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do ministério, Carlos da Costa disse, após representantes se queixarem do alto custo tributário do país, que, se precisassem, deveriam fechar as portas. “Se precisar fechar (fábrica), fecha”, afirmou.