
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou, nesta quinta-feira (3/7), em Buenos Aires, a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar após ser condenada por corrupção. Em suas redes sociais, Lula expressou solidariedade e desejou “força para continuar na luta”.
“Além de manifestar minha solidariedade pelo que ela tem enfrentado, desejei toda a força para seguir firme, como sempre foi sua marca na vida e na política. Pude sentir nas ruas o apoio popular que recebe, algo fundamental em momentos difíceis”, afirmou o presidente.
Lula ressaltou ainda a alegria de rever Cristina, destacando a força e determinação dela: “Nossa amizade é antiga e ultrapassa relações institucionais. Há um carinho e respeito de amigos e parceiros na luta por justiça social e redução das desigualdades”.
Cristina Kirchner qualificou a visita de Lula como um “ato político” e fez críticas ao atual presidente argentino, Javier Milei. Em postagem na rede X, ela lembrou a perseguição que Lula sofreu: “Ele também enfrentou lawfare, foi preso e tentaram calá-lo, mas não conseguiram. Voltou com o voto popular e cabeça erguida. Por isso, a visita foi muito mais que um gesto pessoal: foi um ato político de solidariedade.”
Lula estava em Buenos Aires para participar da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, momento em que o Brasil assumiu a presidência temporária do bloco econômico sul-americano.
Condenação e prisão domiciliar de Cristina Kirchner
Cristina Kirchner foi condenada por fraudar licitações de obras públicas na província de Santa Cruz, área política ligada à sua família. Aos 72 anos, a Justiça argentina determinou que ela cumpra a pena de seis anos em prisão domiciliar.
Após a confirmação da sentença pela Suprema Corte da Argentina no mês passado, Cristina esgotou os recursos legais e insiste ser vítima de perseguição política, conduzida por forças alinhadas à direita e interesses estrangeiros.
Em junho, sua defesa pediu oficialmente que o cumprimento da pena fosse em regime domiciliar, no apartamento da ex-presidente no bairro Constitución, em Buenos Aires. A Justiça ainda determinou o uso de tornozeleira eletrônica para garantir o monitoramento da execução da pena.