Lula defende revisão da escala 6×1 e cita PEC da jornada de 36h em fala ao trabalhador

Em pronunciamento na noite desta quarta-feira (30), véspera do Dia do Trabalhador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que o governo pretende ampliar o debate sobre o fim da escala 6×1 e a redução da jornada de trabalho. O discurso foi transmitido pelo canal oficial do governo no YouTube.

Lula defendeu a construção coletiva de soluções para garantir equilíbrio entre vida profissional e bem-estar dos trabalhadores. A discussão ganhou força nas redes com o movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado por Rick Azevedo, e resultou na apresentação da PEC 8/2025, de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que propõe reduzir a jornada semanal de 44 para 36 horas.

No pronunciamento, o presidente também tratou de temas como a operação que desmantelou um esquema de fraudes contra aposentados no INSS. Segundo ele, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal identificaram uma rede criminosa de cobranças indevidas que atuava desde 2019. Lula afirmou ter determinado à Advocacia-Geral da União o ajuizamento de ações contra as associações envolvidas para ressarcimento das vítimas.

A operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à abertura de mais de 200 inquéritos, além de dezenas de mandados de prisão e busca e apreensão.

Lula destacou ainda os avanços econômicos de sua gestão, como o crescimento do PIB acima de 3% por dois anos seguidos, geração de empregos formais, aumento real do salário mínimo e a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, a partir de 2026. Também citou incentivos aos pequenos empresários por meio do programa Contrata+Brasil e a priorização dessas empresas em licitações públicas.

Ao final, o presidente mencionou a Lei da Igualdade Salarial, que obriga remuneração igual entre homens e mulheres na mesma função. Apesar de estar em vigor desde julho de 2023, dados do Dieese mostram que a aplicação da norma ainda não é plena em 2024.