Libertação de 13 presos políticos marca período conturbado do regime Maduro

Treze pessoas detidas durante as polêmicas eleições da Venezuela no ano passado foram libertadas neste domingo (24) pelo regime de Nicolás Maduro, informou o Comitê pela Liberdade dos Presos Políticos, organização civil que acompanha casos de direitos humanos e familiares de detentos. As liberações ocorrem em meio à crescente pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos, que buscam responsabilizar o ditador.

Após a declaração de vitória de Maduro nas eleições presidenciais, contestada pela oposição e por grande parte da comunidade internacional, protestos eclodiram nas ruas, deixando 28 mortos, 220 feridos e cerca de 2 mil presos, segundo dados oficiais.

Em comunicado divulgado na rede social X, o Comitê celebrou o reencontro das famílias, mas alertou para o “uso arbitrário dessas libertações”, que “aumenta a incerteza daqueles que ainda aguardam a liberdade”. A organização informou que várias pessoas “doentes” permanecem presas na cadeia de Tocorón e mais de dez estão “isoladas e incomunicáveis” em outras prisões.

Ainda de acordo com o Comitê, seguem detidos quatro adolescentes, além de mulheres, sindicalistas, estudantes, ativistas e estrangeiros. O governo venezuelano nega que haja prisões por motivos políticos, alegando que os detidos participam de supostos complôs contra o governo.

Entre os libertados estão o ex-deputado Américo de Grazia e o pré-candidato presidencial Pedro Guanipa, confirmados por familiares nas redes sociais. Juan Pablo Guanipa, irmão de Pedro e aliado da opositora María Corina Machado, segue preso desde maio. Segundo o Comitê, cerca de mil pessoas continuam detidas por razões políticas; já a organização Foro Penal contabiliza 815 presos relacionados à crise pós-eleitoral.