Levantamento indica que a taxa de assassinatos no AM aumentou 46% durante gestão de Eduardo Braga

Durante o governo do senador Eduardo Braga (MDB) no Amazonas, que durou de 2003 a 2010, foi registrado um aumento de 46,6% na taxa de assassinatos a cada 100 mil habitantes no Estado. A informação é do Atlas da Violência e considera dados coletados até 2009.

No primeiro ano de Braga no governo, a taxa de assassinatos no Amazonas era de 18,41 para cada 100 mil habitantes. Em 2008 a taxa de mortes violentas aumentou, passando para 24,84 e no último ano, em 2009, finalizou com uma taxa de 26,99 mortes para cada 100 mil pessoas no Estado.

Durante a gestão do senador, a polícia do Estado tinha como principal desafio o combate às gangues de rua, a maioria formada por jovens entre 16 e 29 anos. Em seguida, o foco foi o combate ao crime organizado e trafico nacional e internacional de drogas e armas.

O crescimento da violência durante o governo de Braga ocorreu ao mesmo tempo em que ele criou a Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai), vinculada à Secretaria de Segurança Pública (SSP/AM), com o objetivo de monitorar e combater o crime organizado.

Em 2007, a criação da medida também foi assinada por José Melo, que era secretário do governo na época. Ele, que agora é ex-governador, foi preso nove anos depois na Operação Maus Caminhos, da Polícia Federal, que apurou desvios de verba e fraudes na Saúde do Amazonas. O parlamentar também foi investigado por compra de votos na eleição de 2014.

Na época da criação da Seai, deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) questionaram sobre o possível uso político da Secretaria para monitorar os adversários do governo.

Sobre a pesquisa

O Atlas da Violência é um portal que reúne, organiza e disponibiliza informações sobre violência no Brasil, bem como reúne publicações do Ipea (do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre violência e segurança pública no Brasil. O levantamento conta com a colaboração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

De acordo com o Ipea, o estudo tem como objetivo auxiliar pesquisadores, jornalistas e interessados em geral na temática da criminalidade e violência no país e contribuir para a formulação e reformulação de políticas públicas.