Idosos são os que mais morrem de Covid-19 no AM; jovens são responsáveis pela contaminação

O atual cenário de pandemia exige dos governantes medidas urgentes para conter a tão temida segunda onda de covid-19, que viria desestabilizar os órgãos públicos e privados de saúde e causar o caos na vida da população com a proliferação do vírus.

As estatísticas são alarmantes, principalmente para o grupo da terceira idade. Enquanto 61% dos jovens com idade entre 20 e 40 anos são os mais infectados, os que mais perdem a vida são os idosos. Segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), órgão técnico do Governo do Amazonas, responsável por compilar as informações sobre a pandemia, 73% de pessoas com 60 anos ou mais, é que vão à óbito. Se somado ao percentual de mortes na faixa-etária de 50 e 59 anos, o número sobe para 86%.

Diante dessa informação e, preocupados com a perda dessa faixa etária significativa de amazonenses, o Governo do Estado se apropriou da ciência e tomou medidas enérgicas e proporcionais para tentar mudar essa realidade.

A capital do estado, Manaus, é que apresenta a maior parte dos casos de Covid-19 e também de óbitos pela doença: 79.027 e 3.297, respectivamente, e, por isso, o governador Wilson Lima, munido de informações, resolveu adotar medidas de contenção e distanciamento social, evitando assim, aglomerados desnecessários e que custam a vida, principalmente desses idosos.

O Executivo estadual manipulou suas principais ferramentas como meios de reduzir ao máximo os riscos sociais e econômicos causados pelos efeitos colaterais da pandemia. O Decreto de Restrição de Atividades/aglomerações nos próximos 15 dias é tão essencial como necessário para que a população adote uma mudança de postura e as unidades de saúde não fiquem sobrecarregadas rapidamente, garantindo o tratamento adequado a cada paciente.

Os dados apresentados mostram que os jovens têm sido um dos principais vetores de contaminação do novo coronavírus. As autoridades de Segurança do Estado, disponibilizaram imagens comprovando que os jovens no período pós-flexibilização das medidas de combate à pandemia em Manaus, se aglomeraram em festas, sem o uso de máscaras, descumprindo todas as regras de distanciamento social. Da mesma forma, que têm transportado o vírus para ambientes domésticos e de trabalho, contaminando sobretudo os mais velhos.

O que justifica o fato de maior parte dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na capital serem ocupados pelos idosos, associando-os ao maior número de de óbitos.

Em Manaus, mesmo com campanhas educativas e agentes nas ruas, orientando a população, a taxa de óbitos para cada 100 mil habitantes é de 151, número 65,9% mais alto que a média do país, que fica em 91, conforme dados do SUS Analítico (tabela Covid-19 no Brasil).

O Governo do Amazonas preocupado com a gravidade do quadro pandêmico e a dispersão do vírus, tem focado em medidas para reforçar o sistema de saúde, afim de atender os infectado e também de bloquear a disseminação do novo coronavírus ao restante da população.

Por isso, decidiu por paralisar atividades não essenciais e endurecer a fiscalização a festas clandestinas, bares e afins.

O decreto número 43.234 sobre as novas medidas para o  enfretamento à Covid-19 no estado onde promulga a suspensão do funcionamento de todos os estabelecimentos comerciais e serviços não essenciais e destinados à recreação e lazer no período de 26 de dezembro de 2020 a 10 de janeiro de 2021, foi decisória.

Mesmo assim, uma parte da população apresenta resistência ao novo decreto, pois serão obrigadas a “dar um tempo” nas festas e aglomerações habituais e, por ora, irresponsáveis, que têm levado muitos à morte. Esse grupo de pessoas parece não se importar com as centenas de mortes apresentadas estatisticamente, principalmente aqueles que não perderam ‘pai’, ‘mãe’, ‘avó’, ou outros entes queridos, demonstrando dessa forma, uma insensibilidade e um descaso com o próximo e consigo mesmo.

Por outro lado, existem aqueles que acredita que esta é a melhor saída. O presidente da Ordem do Advogados do Brasil seccional Amazonas, Marco Aurélio Choy, por meio de suas redes sociais, emitiu nota em apoio moral à difícil decisão de Wilson Lima ” na busca de uma solução de consenso; ressalto a transparência e a sinceridade do Governador Wilson Lima no trato da questão – infelizmente o gosto do remédio é amargo, mas necessário”.

Para os serviços essenciais, que continuarão em funcionamento nesse período, o decreto prevê, ainda, medidas específicas a serem obrigatoriamente cumpridas, sob o risco de sanções previstas em lei, como advertência, multa diária de até R$ 50 mil, embargo e/ou interdição.

Além de multa, que pode chegar a R$ 50 mil, pelo descumprimento das medidas previstas em decreto, estão previstas apreensões de bebidas e equipamentos de som. Em caso de resistência às ações policiais, os responsáveis podem ser detidos para esclarecimento. O decreto foi publicado nesta semana e prevê, ainda, que shoppings e centros comerciais do mesmo perfil, atuem apenas no formato drive thru, reduzindo o contato físico entre as pessoas.