
O líder do grupo terrorista Hamas, Khalil al-Hayya, anunciou nesta quinta-feira (9) que a organização chegou a um acordo com Israel para encerrar a guerra na Faixa de Gaza e implementar um cessar-fogo permanente.
Segundo al-Hayya, chefe da equipe de negociação do Hamas, o grupo recebeu garantias dos Estados Unidos e de mediadores internacionais de que a primeira fase do acordo significa que a guerra em Gaza “terminou de forma permanente”. Ele detalhou que essa etapa inicial prevê a troca de reféns e a retirada parcial das forças israelenses da região.
Khalil al-Hayya, membro da alta cúpula do grupo terrorista, afirmou ainda que recebeu garantias dos Estados Unidos e de mediadores de países árabes sobre um cessar-fogo permanente. Al-Hayya atuou como negociador-chefe do Hamas nas conversas sobre o plano de paz proposto pelos Estados Unidos na Faixa de Gaza.
O anúncio do acordo foi feito na quarta-feira (8), e segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Israel e o Hamas concordaram com a implementação de uma primeira fase para o fim da guerra.
Até a última atualização desta reportagem, ministros do governo israelense estavam reunidos para discutir a aprovação oficial do acordo. Um porta-voz de Israel informou que o cessar-fogo começará em até 24 horas após a ratificação do tratado.
A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista lançou um ataque que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 reféns.
Na quinta-feira, negociadores de Israel e do Hamas assinaram um acordo no Egito para garantir a devolução de todos os 48 reféns mantidos pelo grupo terrorista em Gaza, dos quais cerca de 20 ainda estariam vivos. Em troca, Israel liberará cerca de 2 mil presos palestinos de segurança, fará uma retirada parcial de tropas e implementará o cessar-fogo.
“O rascunho final da primeira fase foi assinado nesta manhã no Egito por todas as partes para a libertação de todos os reféns”, informou uma porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O gabinete de segurança de Israel se reuniu às 18h30, após um atraso de uma hora e meia sem explicação, para uma sessão de briefing sobre o acordo, seguida de votação pelo gabinete completo. Espera-se que o acordo seja aprovado com facilidade, apesar da oposição de setores da extrema-direita.
O acordo estipula que todos os reféns vivos e o máximo possível dos mortos sejam devolvidos em até 72 horas após sua adoção. De acordo com um alto funcionário da Casa Branca, os reféns devem começar a ser liberados na segunda-feira, enquanto Donald Trump afirmou que a libertação ocorrerá na segunda ou terça-feira.
Em troca, Israel liberará 250 presos palestinos de segurança que cumprem pena de prisão perpétua, além de aproximadamente 1.700 detidos pelo exército durante operações em Gaza ao longo da guerra. Israel também entregará os corpos de 15 palestinos para cada refém cujos restos mortais forem devolvidos ao país.
Trump anunciou ainda que visitará o Oriente Médio nos próximos dias, incluindo Egito e Israel, para acompanhar oficialmente a assinatura do cessar-fogo.
A população de Gaza e Israel comemorou a assinatura do acordo, com celebrações em algumas ruas do território palestino e famílias de reféns em Israel demonstrando alívio e esperança cautelosa pelo fim de dois anos de conflitos sangrentos.