Governo venezuelano contesta relatório da ONU que denuncia repressão a dissidentes

O governo da Venezuela rejeita veementemente um relatório da ONU sobre direitos humanos que critica a repressão a opositores políticos após as recentes eleições. Segundo o governo, o documento é um sinal de coerção contra o Estado.

A missão da ONU apresentou o relatório ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra, afirmando que o governo venezuelano intensificou métodos violentos para silenciar dissidentes após a votação contestada de 28 de julho. Em resposta, o governo declarou que a persistência da missão é uma evidência da desorientação das instituições da ONU, que se tornaram ferramentas de chantagem contra nações soberanas.

O comunicado do governo também ressaltou a defesa robusta dos direitos humanos na Venezuela e criticou o Conselho por ignorar as denúncias venezuelanas sobre sanções dos EUA e tentativas de assassinato do presidente Nicolás Maduro.

O relatório da ONU destacou que as autoridades venezuelanas tomaram medidas para desmobilizar a oposição e bloquear a disseminação de informações críticas e protestos pacíficos. Apesar da declaração da Corte Suprema que confirma Maduro como vencedor, a oposição reivindica uma vitória do candidato Edmundo González, que buscou asilo político na Espanha após um mandado de prisão ser emitido contra ele.

Os protestos subsequentes resultaram na morte de pelo menos 25 pessoas e na prisão de cerca de 2.400, segundo o governo. Maduro atribui a responsabilidade pelas mortes à oposição, que, segundo ele, inclui “fascistas” e “extremistas”.

Além disso, a missão da ONU relatou que 130 meninos e 28 meninas menores de 18 anos foram detidos durante os protestos, com relatos de assédio sexual contra as meninas em prisões. Pelo menos 86 adolescentes foram libertados recentemente.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, conversou com Maduro sobre as violações de direitos humanos e a violência pós-eleitoral, enfatizando a importância de um diálogo pacífico e inclusivo.