Uma foto em que o indigenista Bruno Pereira aparece ao lado de crianças indígenas em uma comunidade ribeirinha, repercutiu nas redes sociais nesta sexta-feira (17/06). Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips desapareceram em 5 de junho, na região da terra indígena Vale do Javari.
Ainda não está claro porque Bruno e Dom foram assassinados. Eles faziam uma expedição de barco pelo Vale do Javari, terra indígena ameaçada por garimpeiros, pescadores ilegais, madeireiros e traficantes de drogas.
Atualmente, Pereira estava licenciado da entidade e trabalhava como assessor da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Pereira foi criado em Pernambuco e deixou a região em meados dos anos 2000 para seguir o sonho de trabalhar na Amazônia. Ingressou na Funai em 2010, em um dos últimos concursos públicos promovidos pelo órgão.
Chegou a coordenador regional do Vale do Javari, com sede na cidade de Atalaia do Norte (AM), mas deixou o cargo em 2016 após um intenso conflito registrado entre povos isolados da região.
Em 2018, no entanto, retomou o trabalho e tornou-se o coordenador-geral da área da Funai responsável por índios isolados e recém-contatados, quando chefiou a maior expedição dos últimos 20 anos para contato com esses indígenas.
Naquele ano e no seguinte, esteve à frente de uma ação coordenada de fiscalização de garimpeiros ilegais que se instalavam no Vale do Javari. Realizada em setembro de 2019 e considerada um sucesso, aquela operação destruiu ao menos 60 balsas de extração ilegal.
