Finalmente vimos o que tem dentro de múmias encontradas em 1615

No ano de 1615, o compositor italiano Pietro Della Valle pegou três múmias em Saqqara, no Egito e as levou para Roma. No entanto, naquela época não havia tecnologia nem conhecimento para estudá-las. Há anos os cientistas utilizam a tecnologia para olhar por dentro de múmias e outros artefatos arqueológicos sem precisar abri-las, não para não perturbar a maldição, mas simplesmente para não destruí-las.

Agora, com a tomografia computadorizada, finalmente alguém olhou por dentro dessas três múmias em específico, engavetadas há mais de 400 anos. Em um artigo publicado na revista de acesso aberto PLOS One, os cientistas, liderados pela Dra. Stephanie Zesch, antropóloga e egiptóloga do German Mummy Project, descrevem as análises com as múmias, que correspondem a um homem, uma mulher e uma adolescente do final do período romano do egito (30 AEC – 395 EC).

Conservadas por sorte
Embora conheçamos diversos exemplares de múmias espalhadas por museus e universidades pelo mundo, cada múmia importa, pois cada uma possui sua particularidade específica. Por exemplo, essa dupla forma as únicas “múmias com retratos e envoltas em estuque” conhecidas, nas palavras dos pesquisadores.


São literalmente múmias com retratos. Note, na foto de capa do texto, que as múmias possuem pinturas de faces e ornamentos, representando o corpo de, possivelmente, as pessoas que agora descansam ali. É difícil que algo tão velho se conserve tão bem com esse nível de detalhes. Além das pinturas, há ornamentos reais em ouro.

Por sorte aquelas múmias ainda conservavam-se. No estudo, os cientistas explicam o repentino interesse pelas múmias que surgiram na europa com a chegada no Renascimento. Durante a Idade Média, embora a Europa não fosse aquelas trevas que geralmente consideramos, também não servia como um paraíso acadêmico e intelectual.