Documentos comprovam que carta da Pfizer chegou ao gabinete de Bolsonaro

Documentos revelados pela imprensa nesta segunda-feira (7), mostram que uma carta da farmacêutica americana Pfizer datando de setembro de 2020 ficou dois dias no gabinete do presidente Jair Bolsonaro.

Na data de 12 de setembro, a carta foi enviada ao gabinete do presidente e foi respondida dois dias depois, por e-mail, sem qualquer decisão sobre a compra de vacinas.

O documento reforça a tese de que o governo federal foi omisso com a farmacêutica, que pedia celeridade na compra dos imunizantes. A carta tem assinatura do CEO mundial da Pfizer, Albert Bourla.

Foram 53 e-mails da Pfizer sem resposta e uma proposta ignorada para que o imunizante fosse vendido com 50 por cento de desconto.

“Acusamos o recebimento da correspondência s/nº de 12/9/2020, dirigida ao Senhor Presidente da República, informando que sua equipe do Brasil se reuniu com representantes dos Ministérios da Economia e da Saúde, bem como com a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, e apresentou proposta para fornecer potencial vacina contra a Covid-19, que até o presente momento não obteve qualquer posicionamento sobre a referida proposta”, diz o documento assinado por Aida Íris de Oliveira, diretora de Gestão Interna do Gabinete Pessoal da Presidência da República.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a revelação comprova a omissão do governo Bolsonaro, o que levou a incontáveis mortes.

 

“Em meio a uma pandemia, o próprio presidente não dá importância a uma carta de uma farmacêutica responsável pela vacina contra a Covid-19. Temos todos os elementos para reafirmar o que já sabíamos: pelo menos 80 mil brasileiros morreram por omissão direta do governo federal e do seu presidente da República”, disse o vice-presidente da CPI da Covid.