
Na madrugada deste sábado (28), o boi Caprichoso encerrou a primeira noite de apresentações no Festival de Parintins com o sub-tema Amyipagana: retomada pelas lutas, que integra o tema central “É tempo de retomada”. A performance foi marcada por tecnologia nas alegorias e forte presença da cultura indígena, com destaque para a lenda “Yurupari: da demonização à retomada indígena”, apresentada com efeitos de LED e figurinos em neon.
A abertura foi aérea: Edmundo Oran (apresentador), Patrick Araújo (levantador de toadas) e o próprio boi surgiram do alto. Caetano Medeiros, amo do boi, lançou versos provocativos à galera e ao amo do Garantido, chamando-os de “cansados” e exibindo um cartaz com a nota “9,6”.
A lenda de Yurupari impactou o público com um indígena sendo reconstruído em plena arena, enquanto a cunhã-poranga Marciele Albuquerque apareceu de dentro da lua. Na disputa do Item 11 – Toada Letra e Música, Patrick Araújo defendeu “Amazônia, nossa luta em poesia”. Já a Figura Típica Regional trouxe “Majés, as senhoras da cura”, com a rainha do folclore, Cleise Simas, encenando um ritual de proteção a um bebê.
Em um dos momentos mais emocionantes, Patrick interpretou de forma acústica a toada “Rei do Quilombo”. O ato “Mothokari” trouxe coreografias indígenas e trajes tecnológicos que mudavam de cor conforme a iluminação da arena. A porta-estandarte Marcela Marialva surgiu da onça-sol, enquanto a liderança indígena Yakui Tupinambá exibiu o Manto Sagrado Tupinambá do século XXI no ritual “Ritual Tupinambá: a retomada da verdade originária”, conduzido pelo pajé Erick Beltrão, que convocou os povos à retomada das terras.
A apresentação do Caprichoso teve duração de 2 horas e 29 minutos.