Desenvolvimento sustentável: maioria dos municípios brasileiros tem baixo índice

A terceira atualização do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR), divulgada nesta sexta-feira (1º) em Brasília, revelou que 51,3% dos municípios brasileiros, ou 2.885 cidades, apresentam nível baixo de desenvolvimento sustentável. Nenhuma cidade atingiu a classificação de “muito alto”, mas 91 (1,6%) já alcançaram um nível alto. No extremo oposto, 934 municípios (16,8%) figuram com índice muito baixo.

A ferramenta, desenvolvida pelo Instituto Cidades Sustentáveis, analisa os avanços e desafios das cidades para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) por meio de 100 indicadores nacionais. “O índice é um retrato do nível de desenvolvimento sustentável e traduz a qualidade de vida nos territórios. O grande objetivo é melhorar essa qualidade”, afirmou o diretor-presidente do Instituto, Jorge Abrahão.

A plataforma online permite consultas detalhadas por município, ranking e mapas interativos por ODS, facilitando o acesso a dados regionais. O Norte do país registrou a média mais baixa, com 38,8 pontos, seguido pelo Nordeste (41,7) e Centro-Oeste (46,3), enquanto as regiões Sul e Sudeste alcançaram uma média de 50,6 e 51,5, respectivamente.

Abrahão destacou que esta edição trouxe avanços desde 2023, quando 70% dos municípios estavam em nível baixo. Houve um aumento no número de cidades com índices altos e uma redução nas classificadas como “baixo” e “muito baixo”, sinalizando um progresso gradual.

A terceira edição do IDSC resulta de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e a Caixa Econômica Federal, com apoio de entidades como a Comissão Nacional dos ODS e a Frente Nacional de Prefeitos. Para Abrahão, a visão integrada entre governo e setor privado é fundamental. Ele aponta que, com desafios cada vez maiores, as empresas devem olhar além de seus interesses, considerando o impacto social mais amplo.

O índice se torna uma referência estratégica para políticas públicas. Como explica Adalberto Maluf, secretário de Meio Ambiente Urbano, “a ferramenta orienta governos locais em políticas bem-sucedidas e ajuda estados e União a destinar recursos de forma mais eficaz”.