
O festival #SouManaus 2025, promovido pela Prefeitura de Manaus, acabou virando alvo de polêmicas em todas as suas noites de realização. O que deveria ser uma grande celebração cultural, transformou-se em um evento marcado por confusões, denúncias de violência, desrespeito aos trabalhadores informais e críticas contundentes à gestão do prefeito David Almeida.
Na primeira noite (5), ambulantes que buscavam uma renda extra foram agredidos durante uma ação truculenta de fiscais da Semacc. Carrinhos foram revirados, trabalhadores empurrados e até um homem saiu ferido e sangrando após a abordagem, segundo relatos gravados em vídeo. Para muitos, a cena expôs o caráter excludente da Prefeitura, que investe milhões em atrações nacionais, mas reprime com violência quem tenta sobreviver em meio ao festival.
Ainda na abertura, outro episódio chamou atenção negativa: no show da cantora Simone Mendes, a bandeira do Pará foi exibida no palco durante músicas de tecno melody, justamente em uma data que deveria exaltar a Elevação do Amazonas à categoria de Província. O erro virou piada nas redes sociais e gerou críticas à organização.
A segunda noite (6) também não escapou das controvérsias. Embora Ivete Sangalo tenha animado o público, foi sua fala em defesa dos artistas locais que roubou a cena. A cantora baiana denunciou, em pleno palco, a falta de valorização da arte amazonense e chamou a cantora Rebecca para dividir os holofotes. A atitude contrastou com a política da Prefeitura, que, segundo artistas e humoristas locais, privilegia apenas quem faz parte da “panelinha do prefeito”, enquanto artistas de fora recebem cachês milionários.
O público, por sua vez, sofreu com a má organização. Mesmo com pulseiras de acesso, várias pessoas foram barradas na entrada do Palco Malcher. O tumulto cresceu ao ponto de a Guarda Municipal usar spray de pimenta contra a multidão, fazendo com que muitos passassem mal. Somado ao calor intenso e à falta de estrutura, a situação gerou revolta e abandono de parte do público.
No geral, o #SouManaus, que deveria ser vitrine cultural e espaço de celebração, ficou marcado por erros de planejamento, desrespeito aos artistas e trabalhadores locais, falhas na segurança e episódios vexatórios que expuseram a fragilidade da organização da Prefeitura de Manaus.