
Após a repercussão negativa em torno da morte do adolescente Fernando Vilaça, de 17 anos, a deputada federal Erika Hilton (PSOL) anunciou nesta segunda-feira (7) que vai solicitar ao Ministério dos Direitos Humanos o acompanhamento das investigações sobre o caso. Fernando morreu no domingo (6), após quatro dias internado em estado grave em Manaus, vítima de uma agressão brutal que a parlamentar classificou como crime de motivação homofóbica.
“É inaceitável um jovem sair para comprar leite e, pela homofobia alheia, não voltar para casa”, escreveu Erika em uma rede social. Para ela, a presença do Ministério é “essencial” para garantir justiça diante de um ato motivado por ódio e LGBTfobia. “Fernando não teve nem seu direito à vida respeitado”, declarou.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM também se manifestou, repudiando o crime e cobrando ações concretas. Em nota, destacou que o assassinato do adolescente deve ser combatido com um esforço coletivo entre poder público, sociedade civil e instituições privadas.
O caso
Fernando foi agredido no dia 2 de julho, na rua Três Poderes, no bairro Gilberto Mestrinho, zona Leste de Manaus, após ser alvo de insultos homofóbicos. Segundo testemunhas, ele teria sido chamado de “viadinho” e, ao questionar os agressores, foi espancado. Um vídeo mostra dois suspeitos fugindo do local enquanto Fernando fica desacordado na sarjeta.
Levado ao hospital Platão Araújo e transferido depois ao João Lúcio, ele passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. O laudo do Instituto Médico Legal aponta que a morte foi causada por traumatismo craniano, edema e hemorragia cerebral devido à agressão.
A Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) informou que os autores já foram identificados, mas seguem foragidos. Os nomes foram mantidos em sigilo para não comprometer as investigações. Enquanto isso, a comoção em torno do caso cresce e pressiona por justiça frente à violência homofóbica.