Uma empresa associada à advogada e influenciadora Deolane Bezerra recebeu R$ 5 milhões de uma intermediadora de pagamentos ligada a casas de apostas, a Paybrokers, que foi rotulada pela Polícia Civil de Pernambuco como a “campeã da lavagem de dinheiro”.
A Paybrokers, conhecida por intermediar pagamentos via Pix, movimentou R$ 2 bilhões em apenas quatro meses, atraindo atenção pelas despesas extravagantes de seus proprietários, que incluem relógios, joias e até um avião. Durante a quebra de sigilo fiscal, foram identificados R$ 3 bilhões em transações pela empresa.
No mesmo período, a Paybrokers repassou R$ 5 milhões à Bezerra Publicidade, pertencente a Deolane e sua família, dos quais R$ 3 milhões foram direcionados às contas da influenciadora. A origem dos fundos é atribuída a empresas de Darwin Filho, filho de um conhecido bicheiro de Fortaleza e dono da Esportes da Sorte, também sob investigação por lavagem de dinheiro.
Deolane e sua mãe são suspeitas de integrar uma organização criminosa relacionada a jogos ilegais. Elas enfrentam mandados de prisão, buscas e apreensões, além de bloqueios que podem chegar a R$ 2 bilhões, mas negam as acusações.
Os sócios da Paybrokers, Thiago Presser e Edson Lenzi, declararam rendimentos de R$ 38,8 milhões, mas movimentaram R$ 101 milhões durante a quebra de sigilo, levantando suspeitas de ocultação de R$ 62 milhões. O Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) também alertou sobre saques provisionados de R$ 9,8 milhões em nome de Presser.
Em nota, a Paybrokers defendeu que os pagamentos a Deolane foram por serviços prestados à Esportes da Sorte, com documentação e contratos válidos. A empresa enfatizou ser regulamentada pelo Banco Central e que segue processos de compliance para prevenir lavagem de dinheiro. A instituição destacou que todas as transações são rastreáveis e seguem as normas do BC, utilizando contas em bancos comerciais e monitoramento rigoroso.
