Defesa de Bolsonaro pede acesso ao celular dos advogados de Adélio Bispo, autor da facada no presidente

O advogado Frederick Wassef apresentou na terça-feira (15), em nome do presidente Jair Bolsonaro, uma petição na qual solicita a revisão da decisão judicial que negou a quebra dos sigilos telefônicos dos advogados de Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro, em setembro de 2018, durante a campanha eleitoral daquele ano.

Na ação, Wassef listou alguns elementos que, na sua avaliação, colocaram suspeição sobre os advogados, como o fato de que “um renomado escritório de advocacia é contratado para defender investigado de baixa renda”, de que “a contratação do escritório não ocorre a título pro bono e que aconteceu “sem conhecimento do investigado”.

Além disso, o advogado de Bolsonaro afirmou que a contratação não ocorreu “por solicitação do investigado” nem “por solicitação de familiares ou amigos do investigado”. De acordo com ele, há no curso da investigação elementos que mostram “circunstâncias atípicas” em relação a Adélio.

– Ao longo da apuração envidada nos IPLs n° 0475/2018 e n° 0503/2018, a Autoridade Policial Federal colheu uma série de documentos e depoimentos que permitem deduzir circunstâncias atípicas a respeito (A) das finanças do Sr. Adélio Bispo de Oliveira e (B) do processo de contratação da prestigiada banca de advogados que patrocina a sua defesa técnica – afirmou.

No início de maio, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma procuração na qual deu amplos poderes para o advogado Frederick Wassef representá-lo judicialmente. No documento, Bolsonaro confere a Wassef “amplos poderes para o foro em geral à defesa de seus direitos e interesses para representar o outorgante (Bolsonaro) em juízo ou fora dele”.