Comandantes das Forças Armadas pedem demissão; fato histórico na história do país

Mudança no governo muda o cenário político federal nesta terça-feira (30). Os comandantes das Forças Armadas renunciam ao cargo e são substituídos. A decisão foi divulgada em nota enviada pelo Ministério da Defesa.

A renúncia dos comandantes militares ocorre no dia seguinte à demissão de Fernando Azevedo e Silva do ministério da Defesa. Ne manhã desta terça, foi anunciado o novo ministro, Walter de Souza Braga Netto.

Os comandantes do Exército Edson Leal Pujol,  Ilques Barbosa, da Marinha e Antônio Carlos Bermudez da Aeronáutica, não aceitaram subordinar as Forças Armadas a um autogolpe.

Segundo inúmeras informações de Brasília, a recusa de Azevedo e Silva de apoiar explicitamente a intenção de Bolsonaro de endurecer contra os governadores na decretação de lockdowns motivou a demissão do general. O presidente teria pedido a cabeça de Pujol, por considera-lo fraco,  e ficado furioso com a negativa do ex-ministro da Defesa.

O Ministério da Defesa (MD) informa que os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão substituídos. A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças“, escreveu a pasta.

Depois do encontro, Azevedo se reuniu com Braga Netto para conduzir a transição da pasta. Haverá outras reuniões ainda nesta 3ª para decidir quem serão os substitutos.

Indicado pelo ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal) para o cargo, Azevedo e Silva nunca teve afinidade total com a política desejada pelo Planalto. Para a Casa Civil, no lugar de Braga Netto, foi o general Luiz Eduardo Ramos, ex-chefe da Secretaria de Governo e responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso.