Com tensão entre China e EUA, dólar tem maior alta diária em dois anos

Nesta sexta-feira (4), o dólar disparou e fechou acima de R$ 5,83, na maior alta diária em mais de dois anos, impulsionado por tensões comerciais entre China e Estados Unidos. A moeda norte-americana subiu 3,68%, encerrando o dia cotada a R$ 5,836, após o anúncio de que a China irá retaliar o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump com sobretaxas de até 34%.

No pico da sessão, o dólar bateu R$ 5,84 — o maior valor desde 10 de março. A última vez que a divisa teve uma alta tão intensa foi em novembro de 2022.

A instabilidade também afetou o mercado de ações. O Ibovespa caiu 2,96%, aos 127.256 pontos, registrando a pior queda diária desde dezembro. A bolsa brasileira seguiu o tombo dos mercados globais, especialmente nos EUA, onde as bolsas tiveram a pior semana desde o início da pandemia, em março de 2020.

Países emergentes, que haviam resistido à turbulência no dia anterior, também sentiram os efeitos nesta sexta. Além do embate China-EUA, pesaram a criação de 228 mil empregos nos Estados Unidos — acima do esperado — o que pode adiar o corte de juros pelo Federal Reserve.

Outro agravante foi a queda no preço do petróleo. O barril do tipo Brent fechou a US$ 64, o menor nível desde 2021, pressionado pelo receio de queda na demanda global diante do acirramento comercial.