Chico Preto, que já foi impugnado pelo TRE, critica membros da CPI da Covid

Chico Preto (DC), que é  ex-deputado estadual, ex-vereador e foi um dos candidatos derrotados nas eleições municipais de Manaus nas últimas eleições, está visivelmente incomodado com a CPI da Covid. O parlamentar é aliado e apoiador do governo Bolsonaro e sempre que pode critica o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD) e os demais senadores que fazem parte da equipe da CPI da Pandemia.

Além das críticas feitas direcionadas a Omar Aziz, os demais parlamentares, Chico Preto também alfinetou o  deputado federal Marcelo Ramos (PL), o motivo é claro, Ramos mostra seu apoio ao trabalhos que estão sendo executados na CPI.

“O que é experiência e articulação, Marcelo? Alguém que é envolvido com escândalos de corrupção em nível local e nacional? Não, deputado! Não é assim que se faz política. É esse pensamento que não cabe mais. É preciso, antes de qualquer coisa, ser íntegro, ser ficha limpa. São essas qualidades que abrem portas na gestão do presidente Jair Bolsonaro. Vossa excelência está muito enganada”, escreveu Chico Preto em uma rede social sobre elogios de Marcelo Ramos a atuação do senador Omar Aziz na CPI.

É válido ressaltar que, o candidato foi derrotado nas últimas eleições para prefeito de Manaus, e quando  fala sobre a forma correta de fazer política, ele faz uma autocrítica, já que ele foi o único candidato no pleito de 2020 a sofrer ação de impugnação de registro de candidatura pelo Ministério Público Eleitoral. Na ocasião, Chico Preto estava ilegível,  já que foi condenado por má conduta em um processo,  e o mandato dele não foi cassado na época pois, ele foi eleito a cargos políticos.

Bacharel em Direito 

Chico Preto é bacharel em Direito, advogado e tem mais de 23 anos de carreira política, depois de tanto tempo era esperado que soubesse que pela Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) é proibido o uso de servidor público na campanha em horário de expediente, sem que esteja licenciado.

Além disso, circulação de dinheiro em espécie caracteriza captação ilícita de recursos de campanha.

 

Relembro o caso: Caju e saque em espécie feito pela esposa de Chico Preto

Durante campanha eleitoral de 2014 quando concorria ao cargo de governador, Chico Preto usou de forma irregular o policial militar José Cláudio da Silva, o Caju, para fazer a segurança particular dele durante a campanha eleitoral.

Cedido pela Casa Militar da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), Caju acabou sendo morto com três tiros, no dia 2 de setembro de 2014, em frente ao comitê do então partido de Chico Preto, no bairro Parque Dez.

Caju fazia a segurança da esposa do Chico Preto que havia ido ao banco sacar dinheiro e no momento levava a quantia para pagar despesas da campanha do marido.

O dinheiro que a esposa de Chico Preto transportava em um malote era a quantia de R$ 35 mil, valor de dinheiro em espécie muito acima do permitido pela legislação eleitoral, que limita o valor em R$ 400, o que caracteriza captação ilícita de recursos de campanha.

Chico Preto foi condenado no processo e teve que pagar uma multa de R$ 25 mil por uso irregular do policial, que além disso, acabou sendo duramente assassinado por dois homens em uma moto, que fugiram com uma bolsa da vítima após o assalto.

O procurador regional eleitoral que acompanhou o caso na época, Jorge Luiz Medeiros, justificou a instauração do procedimento e frisou que é proibido ceder “servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado”.