
Cerca de 89,4% dos brasileiros, ou nove em cada dez, vivem em domicílios com acesso à internet, de acordo com pesquisa preliminar do Censo Demográfico 2022: Características dos Domicílios, divulgada nesta quinta-feira (12) pelo IBGE. No entanto, o acesso não é homogêneo, variando entre regiões, estados e grupos étnico-raciais.
Os dados revelam disparidades significativas: 12,9% da população preta, 12,7% da parda, 7,5% da branca e 5,6% da amarela não têm acesso à internet em casa. Entre os indígenas, essa porcentagem sobe para 44,5%.
Em termos regionais, o Distrito Federal lidera com 96,2% de cobertura, enquanto estados da Região Norte e Nordeste apresentam taxas de acesso inferiores à média nacional, com destaque negativo para o Acre (75,2%). Rondônia (91,6%) é a única exceção entre os estados dessas regiões.
O levantamento também mostra que, em 179 municípios, mais de 95% da população tem acesso à internet, com 98 desses municípios localizados no Sul. Por outro lado, em 33 municípios, principalmente no Norte, o acesso domiciliar é inferior a 50%.
Dentre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Balneário Camboriú (SC) lidera com 97,3% de acesso, enquanto Breves (PA) registra a menor taxa, com 51,1%.
O analista do Censo, Bruno Mandelli, destaca uma grande desigualdade regional, especialmente no Norte e Nordeste, onde a precariedade do acesso é mais acentuada. Ele também observa que, ao comparar os diferentes grupos raciais, pretos, pardos e indígenas apresentam taxas mais altas de exclusão digital em relação a brancos e amarelos.
Comparando com o Censo de 2010, quando apenas 31,3% da população tinha acesso à internet por meio de microcomputador, a realidade atual reflete um avanço significativo, especialmente com a popularização do acesso via dispositivos móveis.